Existe muita poesia, mas muito poucos leitores. Assim se diz num país de grandes poetas. No caso infantil, penso que é diferente. A poesia é talvez mais fácil de assimilar pelos pequeninos, ajuda-os a descobrir as palavras, a descobrir o ritmo das frases e de como jogar com a língua. Para mim a poesia foi fundamental quando estava a aprender a escrever. De tal modo que na infância e na adolescência só escrevia poesia. Variava entre a simples quadra, o soneto e a tentativa de inventar algo diferente, ousado, mas ainda assim com uma estrutura simples, fácil de assimilar.
Por me lembrar disto, de quão importante foi para mim a poesia, embora ler, não tenha lido muita, além de Sophia de Mello Breyner ou de António Gedeão, entre outros, fiz uma pequena pesquisa de livros de poesia para crianças e jovens. Eis uma seleção daqueles que encontrei e que me parecem particularmente interessantes.
Histórias em Verso para Meninos Perversos, de Roald Dahl, publicado pela Teorema, com tradução de Luísa Ducla Soares. É recomendado para crianças a partir dos dez anos.
Primeiro Livro de Poesia, de Sophia de Mello Breyner Andresen, editado pela Caminho já faz mais de dez anos, pelo que talvez seja um bocadinho difícil de encontrar.
A Casa com o Sol Lá Dentro, de Maria Teresa Maia Gonzalez, da PI editora, um livro em que a autora nos descreve como a natureza inspira a poesia, e no meu caso é bem verdade, porque a natureza era o mote principal dos meus poemas, escritos entre os nove e os doze anos, com os cheiros, as cores, os sítios que visitava e as marcas que me ia deixando.
De Que Cor é o Desejo?, de João Pedro Mésseder, Editorial Caminho, um livro que também segue a mesma linha que o da Maria Teresa Maia Gonzalez, mas explorando um pouco mais além, onde «a poesia é a arte de revelar através das palavras o lado escondido da realidade», os nossos desejos e medos.
E porque me parece um conceito interessante, aqui fica Desmatematicar, de João Manuel Ribeiro, da editora Trinta por uma Linha, com vinte poemas sobre números, tabuada e figuras geométricas, pois não podemos viver sem palavras e sem números.
Uma opinião sobre “Poesia juvenil, onde encontrar…”