Uma boa notícia para a nossa literatura juvenil. Conta-nos a autora Margarida Fonseca Santos, na sua página de facebook (aqui), que o seu livro Uma questão de azul-escuro está agora à venda no Brasil. Trata-se de um livro que aborda um tema sensível, o bullying, chamando a atenção para as sequelas que deixa numa criança e para a importância que é o seu devido acompanhamento, tanto a nível psicológico, como afetivo.
Monthly Archives: Novembro 2013
A livraria «Tales on Moon Lane», em Londres
Esta livraria é daquelas que dá vontade de trincar, como se fosse um cupcake. Vencedora do prémio Walker Independent Childrens Bookshop e do prémio Young Bookseller of the Year para o seu proprietário, em 2011, esta livraria inspira magia logo que olhamos para a montra, de estilo antigo, mas ao mesmo tempo moderno, com cores pastéis e uma vitrina decorada a preceito. Todas as semanas realizam a hora do conto e organizam atividades para crianças, tendo também um clube de leitura juvenil.
O sítio oficial da livraria fica aqui.
Livro para crianças sobre o Espaço vence prémio
Como já referi aqui várias vezes, quando era criança preferia ler livros práticos sobre ciência, história, corpo humano, animais… Acabei de ler que no Reino Unido existe um prémio para livros infantis e juvenis dedicados à ciência e a obra distinguida este ano foi a de Rob Lloyd Jones, intitulada Look Inside Space. Neste livro, o autor desvenda alguns dos segredos do Universo aos jovens leitores.
Oitavo volume de «Diário de Um Banana» vende um milhão de exemplares
Cá a série chama-se Diário de Um Banana, mas no original é Diary of a Wimpy Kid e o oitavo volume, Hard Luck (Sorte Malvada, numa tradução livre), acabou de sair nos países anglo-saxónicos, da Inglaterra à Austrália, vendendo um milhão de cópias em apenas uma semana. No total, já foram impressos 115 milhões de exemplares de toda a série, segundo um artigo na Publishers Weekly.
Em Portugal esta série é publicada pela editora Booksmile que já lançou todos os volumes até ao sétimo. Um sucesso de vendas, (sempre que vou às escolas vejo miúdos com um dos livros nas mãos, no recreio) os jovens leitores não deverão ter de esperar muito pelo novo.
Informação daqui.
Maria Teresa Maia Gonzalez, e a lua de Joana
Maria Teresa Maia Gonzalez é das autoras mais prolíficas da literatura juvenil portuguesa. Começou a publicar em 1989, tendo ganho um concurso literário organizado pela Verbo, juntamente com Maria do Rosário Pedreira, com quem escreveu O Clube das Chaves Entra em Ação, o primeiro volume de uma série que conta atualmente com mais de vinte volumes. Um dos seus maiores sucessos é A Lua de Joana, com mais de trezentos mil exemplares vendidos e traduzido para vários idiomas, e em que a autora aborda temas sensíveis como a droga, a morte, a falta de apoio dos pais, e de como isso marca um adolescente para o resto da vida. A autora tem também uma coleção chamada Profissão Adolescente, publicada pela Editorial Presença, contando a esta altura com dezassete volumes, e em que se abordam temas desde as típicas borbulhas da puberdade e a preocupação com a imagem, ao alcoolismo, ao desejo de sucesso, a intolerância, entre muitos outros.
Escritora incansável, só este ano já se contam em sete os títulos publicados e reeditados, entre os quais O Meu Avô foi para o Céu, pela Editorial Presença; Noites no Sótão, Estrela à Chuva e O Irmão de Joana, da coleção Profissão Adolescente; Gaspar e Mariana, originalmente publicado em 1991, e reeditado pela PI, bem como O Guarda da Praia.
Uma autora que tive o prazer de conhecer por força da minha atividade profissional e por quem ganhei admiração e respeito (palavras clichê, talvez, mas cujo significado não deixa de ser verdadeiro), pela forma decidida e construtiva como fala e pela sensibilidade, mas não condescendência, com que se dirige ao seu público leitor.
Livros de aventuras com animais como protagonistas
Nas minhas leituras pela web, tenho-me deparado com notícias de novas séries que saíram, ou que estão para sair no próximo ano, de histórias de aventuras com animais no centro da ação.
Mouseheart é o nome do primeiro volume de uma nova série que irá sair no próximo ano (sem informação se os direitos foram adquiridos para Portugal), escrita por Lisa Fiedler, e passa-se nos túneis por baixo de Brooklin, Nova Iorque, onde tribos de ratos lutam pelo poder.
Mas existem outras séries semelhantes que já andam pelos escaparates internacionais há algum tempo, como a do autor Brian Jacques, Redwall, que conta já com 22 volumes (não se encontra disponível em Portugal). Para saber mais sobre a série visitem a página oficial aqui.
Michael Morpurgo também escreve muitos livros com animais como protagonistas. Um deles é o The Nine Lives of Montezuma sobre um gato de quinta. Cá em Portugal, apenas estão editados três livros do autor, mas nenhum deste género. O que mais se aproxima será talvez O Cavalo de Guerra, recentemente adaptado ao cinema por Steven Spielberg.
Há pouco tempo, a Planeta começou a editar, cá em Portugal, uma nova série de Erin Hunter, chamada Gatos Guerreiros. No primeiro volume, com o título O Apelo da Floresta, clãs de gatos entram em confronto após um período prolongado de paz.
Uma série que conheço é a do Varjak Paw, editado em Portugal pela Gailivro. São dois volumes, Varjak – Este gato precisa de saber lutar (vencedor do prémio Smarties Prize) e Varjak – O Fora da Lei, de S. F. Said. Mais tarde falarei destes livros, mas gostei muito de os ler!
A Casa da Leitura, da Fundação Calouste Gulbenkian
A Casa da Leitura foi criada com o objectivo de promover a leitura junto de crianças, jovens e adultos, professores, bibliotecários e pais. Dessa iniciativa nasceu, em 2011, o projeto Cata-Livros. Trata-se de um sítio interactivo, onde, a cada mês, são disponibilizadas atividades relacionadas com um dado livro, promovendo a exploração mais aprofundada do mesmo.Trata-se de uma forma de cativar as crianças através de animações, de jogos interativos, além da própria leitura da obra. No sítio encontram-se também algumas dicas para pais, de como podem incutir nos seus filhos o prazer de ler. O sítio pode ser visitado aqui.
Os melhores de 2013 da «Publishers Weekly»
Com o final do ano a aproximar-se começam a ser divulgadas as listas dos melhores livros do ano. A revista Publisher’s Weekly já apresentou as suas, nomeadamente da categoria infantil e juvenil. Na área da ficção, os selecionados foram os seguintes:
The Case of the Team Spirit, de John Allison, um webcomic impresso em livro, sobre um grupo de jovens detetives que procura resolver o enigma que está por trás de uma maldição.
Doll Bones, de Holly Black, sobre o fantasma de uma rapariga assassinada que habita uma boneca que vai parar às mãos de Zach, Poppy e Alice, três crianças que passam pela difícil jornada que é crescer.
Delilah Dirk and the Turkish Lieutenant, de Tony Cliff, outra novela gráfica que saltou da web para as páginas impressas de um livro. Com uma personagem feminina forte, esta história passa-se no século XIX e é pontuada de muitas aventuras, com explosões, lutas de espadas e quedas de veículos voadores.
The Kingdom of Little Wounds, de Susann Cokal. Este passa-se no século XVI, na corte escandinava e segue Ava, costureira, e Midi Sorte, uma escrava, na sua tentativa para superar diversos traumas.
Poderão consultar o resto da lista e outras, clicando aqui.
A livraria «Under the greenwood tree», em Londres
Apaixonei-me por esta livraria! Quando for grande quero ter uma assim. O que pode ser melhor do que livros, brinquedos e café? (e bolinhos, como poderão ver na galeria de fotografias do sítio deles aqui). Fica em Clapham Old Town, sul de Londres, e organiza muitas atividades, desde leituras com autores, a horas do conto, pinturas faciais. No sítio, além de Notícias e Eventos, também apresentam sugestões de leitura, críticas a livros, e uma seleção de novidades. A livraria dinamiza ainda visitas de escolas e vende brinquedos e tem um cafezinho muito simpático. Uma delícia!
Paragem obrigatória, pelo menos, no sítio virtual da loja.
Leituras para rapazes teimosos
Sim, as raparigas leem mais. Os rapazes são mais difíceis de convencer a pegar num livro. Mas uma coisa que reparo quando vou às escolas é que eles, quando gostam de uma história, gostam mesmo, e são capazes de nos metralharem de perguntas até conseguirem arrancar-nos o máximo de informação possível. Não sinto tanto isso nas raparigas, apesar de também ter encontrado muitas leitoras com livros em estado lastimável debaixo dos braços, de tanto serem levados de um lado para o outro e lidos vezes sem conta.
Que tipo de leituras atrairão mais os rapazes? Talvez fosse uma boa ideia começar com livros que apelem à sua curiosidade e ao seu sentido prático. E depois então avançar para a literatura. Às vezes é uma questão de encontrar aquele livro que transformará o rapaz teimoso num leitor totalmente convertido.
Recentemente foram lançados dois livros de respostas a diversas perguntas sobre os mais variados temas. Em Trocado por miúdos, da Porto Editora, responde-se a questões como «Para que serve a tromba do elefante?», «Porque é que uma maçã cai da árvore e uma estrela não cai do céu?», «Como surgiu a crise em Portugal?». Já em Grandes Perguntas de Gente Miúda com Respostas Simples de Gente Graúda, de Gemma Elwin Harris, editado pela Editorial Presença, também se propõe a responder a perguntas como «Por que é que o mar é salgado?», «A que distância de nós está o espaço?», «Por que é que eu não consigo fazer cócegas a mim mesmo?», «O que é que faz com que eu seja eu?».
Os rapazes tendem a gostar mais de monstros, de fantasmas e de outras criaturas fantásticas, pelo que nada como apelar ao seu imaginário com Como Treinares o teu Dragão, de Cressida Cowel, publicado pela Bertrand. É possível que ele tente argumentar que mais vale ver o filme da Dreamworks, mas o livro é bastante garrido e apelativo, irresistível de folhear. Há ainda a série O Detetive Esqueleto, de Derek Landy, da Porto Editora, e Feras e Heróis, escritos por Adam Blade e editados pela PI.
De aventuras e de autores portugueses, recomendo a coleção Sete Irmãos, de Margarida Fonseca Santos e Maria João Lopo de Carvalho; e a série Olympus, de Ana Soares e Bárbara Wong, edição da Objectiva.
Chamo a atenção para um outro livro que é o Clube CSI, de David Lewman, editora Imagine Words, baseado na série de televisão, mas escrito para miúdos.
Claro que há muitas outras sugestões, mas nada como fazer uma visita a uma livraria e deixar o seu menino passear nos corredores, folhear os livros, e ver como reage. Ou então passe algum tempo com ele a navegar na internet, a visitar os sítios dos autores, a ler as críticas de outros leitores, procurar clubes de fãs, como este que existe de uma série de livros da Margarida Fonseca Santos, O Reino de Petzet – www.oreinodepetzet.blogspot.pt
E se o seu filho não se revelar um leitor ávido de literatura, isso não quer dizer que não possa continuar a ser um leitor. Há muitos livros práticos sobre inúmeros temas, mas isso fica para um próximo post.