Agora que a maior feira internacional do livro infantil e juvenil terminou, as publicações da área fazem a retrospetiva do evento. As primeiras conclusões a que chegaram é que a procura por livros na área do realismo contemporâneo continua em alta e que a compra de direitos de ficção juvenil para crianças entre os oito e os doze anos, o chamado middle-grade, aumentou consideravelmente. A retrospetiva é da revista Publishers Weekly que destaca o facto de o paranormal e o distópico terem perdido força e os editores estarem agora mais virados para as histórias realistas com personagens que incorporam uma forma de anti-heroísmo dos nossos tempos. Por outro lado, embora se note um decréscimo na venda de direitos de livros do género distópico, há um aumento do interesse pelas histórias de tipo futurista, passados num futuro próximo, não muito distante, em que a tecnologia se desenvolveu, mas não num cenário de colapso da sociedade, como acontece em livros como Divergente ou Os Jogos da Fome.
Outra conclusão a que alguns editores chegaram foi que a feira não foi regulada por uma tendência generalizada sobre um tema específico, como noutros anos, mas em vez disso por escolhas mais ao nível de cada linha editorial, de acordo com o mercado de cada país.
A revista The Bookseller também destaca o crescimento da procura de ficção juvenil para crianças entre os oito e os doze anos e os grandes negócios que ainda se fazem na compra de direitos de títulos para jovens adultos (YA), com os valores a atingirem os seis dígitos. As séries perderam alguma força para os livros de um único volume. No final das contas, aquilo que os editores procuram é, sobretudo, boas histórias e personagens fortes.
Uma opinião sobre “Bolonha 2014, realismo contemporâneo e ficção juvenil em forte crescimento”