Nasci quase oito anos depois do 25 de abril, portanto não sei como foi viver durante a ditadura, por mais livros que se leiam, por mais histórias que se oiçam, por mais que nos digam, a nós, geração apelidada de «rasca» e «à rasca», e às crianças que ainda são pequenas e cuja geração se encontra para já livre de apelidos. Porque não vivemos a ditadura na pele, na carne, nos ossos. Vivemos este «regime» que se arrisca a levar-nos a pele, a carne e os ossos. Contudo, é sempre importante conhecer, nem que seja pelos valores, os princípios sobre os quais assentou a revolução dos cravos, a luta pela liberdade, como tudo aconteceu e como podemos atualmente fazer uma revolução diferente, mas com base nesses mesmos valores e princípios. Aqui ficam algumas sugestões de livros para que a partilha desta data importante ganhe algum significado para as gerações mais novas.

A editora Clube do Autor reeditou recentemente o livro O 25 de abril contado às crianças… e aos Outros, de José Jorge Letria, com ilustrações de João Abel Manta, que pais e filhos poderão ler juntos neste dia em que se celebram os quarenta anos da revolução.

25 de Abrir, O Abril que nos fez, da Verbo, com texto de Alexandre Honrado e ilustrações de Maria João Lopes, é outra novidade que nos conta como foi «a revolução em que as flores foram mais fortes que toda a força do Mundo».

Em Um Menino Chamado Zeca, José Jorge Letria conta-nos a história de Zeca Afonso, o autor e cantor de «Grândola, Vila Morena», a canção que viria a ser uma das senhas musicais da Revolução. Uma edição da Oficina do Livro, com ilustrações de Miguel Gabriel.

Uma última sugestão é da autoria de Alice Vieira, Vinte Cinco a Sete Vozes, da Caminho, em que se tenta explicar o que aconteceu no dia 25 de abril de 1974 às crianças para quem esta data não passa de mais um feriado como tantos outros.