Monthly Archives: Abril 2014

Relógio D’Água edita «Mary Poppins»

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E eis que finalmente temos edição portuguesa do clássico de P. L. Travers, através da editora Relógio D’Água, com ilustrações de Susana Oliveira. A chegar brevemente às livrarias.

«Ora, meninos», disse a Sra. Banks, reparando subitamente nos filhos, «que fazem aqui? Esta é a Mary Poppins, a vossa nova ama. Jane e Michael, digam olá à senhora.»
Jane e Michael não gostavam da sua antiga ama. Também não tinham a certeza de ir gostar da nova: Mary Poppins. Rapidamente mudaram de ideias quando a viram deslizar pelo corrimão acima – e retirar de seguida várias coisas empolgantes de um saco de alcatifa completamente vazio. Agora a única preocupação deles é que ela não parta, pois Mary Poppins apenas prometeu ficar «até que os ventos mudem de direção».

Porque é que os rapazes leem menos que as raparigas?

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Será uma pergunta controversa. Os rapazes lerão efetivamente menos que as raparigas? Nas minhas visitas às escolas eram de facto as raparigas que mais perguntas me colocavam sobre os meus livros, mas julgo que isso terá que ver com o facto de a personagem principal dos meus primeiros livros ser uma fada. Já no caso do «Monstro, em que o protagonista é um rapaz roliço com excesso de imaginação, notei uma grande diferença. Eram muito mais os rapazes que me abordavam e com um curioso fervor que nunca detetei nas raparigas. Eram menos, sim, mas mais empenhados na história. Foi pelo menos essa a minha perceção.
Num artigo intitulado What If Boys Can’t Find the Right (Reading) Stuff?, discute-se se os rapazes leem pouco por na indústria editorial, bem como na crítica literária, haver mais mulheres do que homens. Em que é que isso influencia o interesse das crianças do sexo masculino pela leitura? No artigo é sugerido que o facto de haver mais mulheres editoras pode ter impacto no tipo de livros que são lançados e cujos conteúdos interessarão menos aos rapazes do que às raparigas. Um exemplo citado é o dos livros infantis ilustrados que o autor Jonathan Emmett considera serem mais apelativos para as meninas do que para os meninos. Parte da culpa disto será, segundo ele, dos homens editores por não se interessarem tanto pela edição de livros infantis e juvenis. Será mesmo assim? Esta é pois uma questão interessante para refletir e debater.

John Green entre as 100 pessoas mais influentes do mundo

O autor do best-seller YA «A Culpa é das Estrelas» foi nomeado uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, em 2014, pela revista TIME. Num artigo escrito pela atriz Shailene Woodley, que interpreta o papel de Hazel na adaptação da obra ao cinema, com estreia marcada para seis de junho, John Green é descrito como um «artista e um inovador» que «sabe ouvir os adolescentes», descrevendo-o ainda como um autor universal que «reconhece a inteligência e a vulnerabilidade dos jovens».  O artigo completo pode ser lido aqui.

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Ilustração de Michael Hoeweler para a TIME

O 25 de abril contado às crianças

Nasci quase oito anos depois do 25 de abril, portanto não sei como foi viver durante a ditadura, por mais livros que se leiam, por mais histórias que se oiçam, por mais que nos digam, a nós, geração apelidada de «rasca» e «à rasca», e às crianças que ainda são pequenas e cuja geração se encontra para já livre de apelidos. Porque não vivemos a ditadura na pele, na carne, nos ossos. Vivemos este «regime» que se arrisca a levar-nos a pele, a carne e os ossos. Contudo, é sempre importante conhecer, nem que seja pelos valores, os princípios sobre os quais assentou a revolução dos cravos, a luta pela liberdade, como tudo aconteceu e como podemos atualmente fazer uma revolução diferente, mas com base nesses mesmos valores e princípios. Aqui ficam algumas sugestões de livros para que a partilha desta data importante ganhe algum significado para as gerações mais novas.

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A editora Clube do Autor reeditou recentemente o livro O 25 de abril contado às crianças… e aos Outros, de José Jorge Letria, com ilustrações de João Abel Manta, que pais e filhos poderão ler juntos neste dia em que se celebram os quarenta anos da revolução.

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25 de Abrir, O Abril que nos fez, da Verbo, com texto de Alexandre Honrado e ilustrações de Maria João Lopes, é outra novidade que nos conta como foi «a revolução em que as flores foram mais fortes que toda a força do Mundo».

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Em Um Menino Chamado Zeca, José Jorge Letria conta-nos a história de Zeca Afonso, o autor e cantor de «Grândola, Vila Morena», a canção que viria a ser uma das senhas musicais da Revolução. Uma edição da Oficina do Livro, com ilustrações de Miguel Gabriel.

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Uma última sugestão é da autoria de Alice Vieira, Vinte Cinco a Sete Vozes, da Caminho, em que se tenta explicar o que aconteceu no dia 25 de abril de 1974 às crianças para quem esta data não passa de mais um feriado como tantos outros.

Luis Sepúlveda lança novo livro juvenil

Destinado ao público juvenil, a História de um caracol que descobriu a importância da lentidão segue a vida dos caracóis «que vivem no prado chamado País do Dente-de-Leão, sob a frondosa planta do calicanto». Eles «estão habituados a um estilo de vida pachorrento e silencioso, escondidos do olhar ávido dos outros animais, e a chamar uns aos outros simplesmente “caracol”. Um deles, no entanto, acha injusto não ter um nome e fica especialmente interessado em conhecer os motivos da lentidão. Por isso, e apesar da reprovação dos outros caracóis, embarca numa viagem que o vai levar ao encontro de uma coruja melancólica e de uma tartaruga sábia, que o guiam na compreensão do valor da memória e da verdadeira natureza da coragem, e o ajudam a orientar os seus companheiros numa aventura ousada rumo à liberdade.»
As ilustrações são de Paulo Galindro e as primeiras páginas do livro podem ser lidas e apreciadas aqui.

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Estudo sobre a diversidade na literatura YA

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Entende-se «diversidade» por presença de personagens, neste caso as principais, de diferentes raças, etnias, orientações sexuais ou com algum tipo de deficiência física ou mental. O estudo analisa os livros para Jovens Adultos da lista de best-sellers de 2013 do jornal New York Times . Esta análise foi feita pela DiversityinYA.com, fundada pelas autoras Cindy Pon e Malinda Lo, com o objetivo de promover a diversidade na literatura para crianças e jovens. Não é rigorosamente científico, mas retira algumas conclusões interessantes. O estudo completo pode ser consultado aqui.

 

Caminhos de leitura em Pombal

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Maio é, sem sombra de dúvida, o mês dos livros para crianças e jovens, com a realização destes eventos e também do XII Encontro de Literatura Infantojuvenil «Caminhos de Leitura», na Biblioteca Municipal de Pombal entre os dias 9 e 10. Estão programadas oficinas, apresentações, lançamentos, palestras e leituras, atividades diversificadas que tomam no seu todo o pulso à literatura para a infância e juventude em Portugal. O programa completo pode ser consultado aqui.

«Se Eu Ficar» adaptado ao cinema

O romance YA «If I Stay», de Gayle Forman, sobre uma adolescente de dezassete anos que se encontra entre a vida e a morte após um trágico acidente de carro e tem de decidir se se deixa ir ou se fica, já tem filme. Protagonizado pela atriz Chloë Grace Moretz, tem data de estreia marcada para meados de agosto. O trailer já está online.

Editado em Portugal pela Editorial Presença com o título «Se Eu Ficar».

Encontros dedicados à literatura infantil e juvenil

Em maio realizam-se assim de uma assentada dois encontros dedicados à literatura para a infância e juventude. O primeiro começará a 7 de maio, com um encontro com o escritor Álvaro Magalhães, no III Ciclo de Conferências Literatura para a infância e juventude «maio a ler». As sessões decorrerão no Auditório Aldónio Gomes (2.1.10) do Departamento de  Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro , às quartas-feiras pelas 15h00. Pormenores aqui.

O segundo evento será o I Encontro de Literatura para a Infância, a 10 de maio, na Escola Superior de Educação de Lisboa. Mais informações aqui.

A notícia é daqui.

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Livros que dão filmes

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As adaptações de livros ao grande ecrã acontecem desde os primórdios do cinema, mas o mega-sucesso das adaptações de Harry Potter e de O Senhor dos Anéis despertou Hollywood para o público infantil e juvenil, procurando cada vez mais entre os sucessos literários um possível sucesso também para o cinema.

The One and Only Ivan, de Katherine Applegate

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O livro ganhou o prémio Newberry em 2012 e agora a Disney está de olho nele para o adaptar ao cinema. Trata-se da história de um gorila chamado Ivan preso numa jaula pequena e colocado para exposição num centro comercial. Ele não se lembra de como era a sua vida antes de ir para o centro comercial, mas a chegada de um elefante bebé que é maltratado pelo seu dono, leva Ivan a engendrar um plano para libertar o pequeno elefante, bem como todos os outros animais ali presos. A história é baseada num gorila verdadeiro com o mesmo nome que viveu durante 27 anos num centro comercial até ser transferido para o jardim zoológico de Atlanta. The One and Only Ivan está há sessenta semanas na lista de best-sellers do New York Times.

The 5th Wave, de Rick Yancey

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A Sony Pictures Entertainment acabou de anunciar ter assinado com a atriz Chloe Grace Moretz, conhecida pelos filmes Kick Ass, que desempenhará o papel de Cassie na adaptação ao cinema de The 5th Wave, um romance YA sobre uma invasão alienígena da Terra. Cassie é uma adolescente de dezasseis anos que tenta salvar o irmão mais novo de ser apanhado pelos extraterrestres que pretendem dizimar toda a raça humana e ocupar o planeta. Porém, quando o irmão é levado e o quinto e definitivo ataque dos alienígenas está prestes a acontecer, Cassie conhece um misterioso rapaz que poderá ser a sua única salvação. O livro recebeu o Red House Children’s Book Award este ano e tem figurado na lista de best-sellers do New York Times.

The Nethergrim, de Mathew Jobin

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Agora sobre livros que têm dado que falar. The Nethergrim é uma história de fantasia épica para leitores a partir dos doze anos e que tem sido comparado a As Crónicas de Nárnia, de C.S. Lewis. Passaram-se muitos anos desde que o terrível Nethergrim foi derrotado e todos os anos celebra-se a vitória dessa grande batalha. Um dia os animais da aldeia começam a desaparecer misteriosamente e os seus ossos a serem encontrados espalhados pelos terrenos. A situação agrava-se quando crianças são levadas sem deixar rasto. Não tarda muito até que se comece a temer o pior – que o Nethergrim esteja de volta. Quando o irmão de Edmund desaparece, ele decide que tem de fazer alguma coisa. Contudo, embora seja um bom estudante de magia, tem dificuldade em fazer feitiços. Mesmo assim, enche-se de coragem e, juntamente com os seus amigos, parte para lutar contra o mal que ameaça instalar-se de novo nas suas terras.

All Four Stars, de Tara Dairman

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Este parece ser um livro interessante – é sobre uma menina, Gladys Gatsby, que adora cozinhar e recebe o seu primeiro trabalho como crítica de gastronomia por um dos jornais de maior tiragem de Nova Iorque. Acontece que ela tem apenas onze anos. Para cumprir o prazo e entregar a peça a tempo, Gladys terá de convencer os pais a deixarem de comer fast-food e a apreciarem a verdadeira cozinha, entre outras batalhas gastronómicas. O lançamento do livro está previsto para dez de julho, mas já está a gerar buzz na web.