Monthly Archives: Junho 2014

A Primeira Guerra Mundial contada às crianças

Passados 100 anos da Primeira Grande Guerra, são muitos os eventos que assinalam a data com diversas iniciativas para que a memória não se perca e a história não se repita. Como explicar ou como transmitir às crianças que esta guerra aconteceu? Que livros poderão despertar o interesse dos jovens para a história da Grande Guerra. Que literatura haverá disponível?  Aqui ficam alguns títulos que poderão dar uma ajuda.

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Cavalo de Guerra, de Michael Morpurgo, Suma de Letras

«Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 3.º ciclo, destinado a leitura autónoma. Inglaterra, 1914: Numa pequena quinta, forma-se uma bonita amizade entre Albert e um cavalo chamado Joey.
O pequeno Albert fica destroçado quando, no início da I Guerra Mundial, o pai vende Joey ao exército para combater na guerra. Albert não consegue deixar de pensar nos perigos que o amigo corre na frente de batalha, mas ficaria muito orgulhoso se soubesse quão corajoso e leal se revela o seu querido Joey.
Como cavalo de guerra, Joey conhece o pior e o melhor de que a humanidade é capaz: a destruição da guerra, mas acima de tudo a beleza da paz. A valentia do cavalo toca o coração dos soldados à sua volta, mas o seu próprio coração não esquece o jovem Albert, a quem espera rever um dia. Será a amizade entre Albert e Joey capaz de sobreviver à guerra?»

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A Terrível Primeira Guerra, de Terry Deary, Europa-América

«Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para apoio a projectos relacionados com História Universal nos 3.º, 4.º, 5.º e 6.º anos de escolaridade. A Terrível Primeira Guerra (Mundial) conta-te os pormenores medonhos da horrível guerra que afectou toda a gente, desde os manifestantes que queriam a paz (e que lutaram ainda antes de as batalhas começarem), aos soldados que sofreram nas trincheiras lamacentas e sangrentas. Queres saber:- O que o «Rei da Gordura» fazia com restos de comida e cavalos mortos?- Como cheirar a tua própria urina te podia salvar a vida durante um ataque com gás?- Por que é que um par de meias velhas denunciou segredos militares alemães? Lê este livro para descobrires versos marados e canções tristes, regras absurdas e superstições sinistras. »

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Leviatã, Scott Westerfeld, Booksmile

«É o início da I Guerra Mundial, mas num mundo alternativo de que nunca ouviste falar. Os Germânicos lutam com máquinas de ferro a vapor carregadas de armas. Os Britânicos lutam com bestas darwinistas resultantes do cruzamento de vários animais. Alek é um príncipe germânico em fuga. A única máquina de guerra que possui é um Marchador, com uma tripulação que lhe é leal. Deryn é do povo, uma britânica disfarçada de rapaz que se alista para lutar pela sua causa – enquanto tem de proteger o seu segredo a todo o custo. No decorrer da guerra, os caminhos de Alek e Deryn acabam por se cruzar a bordo do Leviatã, uma baleia-dirigível e o animal mais imponente das forças britânicas. São inimigos com tudo a perder, mas na verdade estão destinados a viver juntos uma aventura que vai mudar a vida de ambos para sempre.»

 

Um «Livro da Selva», dois filmes

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Edição da Tinta da China, 2010

A obra de Rudyard Kipling, O Livro da Selva, irá ter nos próximos tempos duas novas adaptações ao cinema.

Uma é da Disney, realizada por Jon Favreau (Homem de Ferro, 2008), e contará com as vozes de atores como Scarlett Johansson, Idris Elba e Lupita Nyong’o. Ben Kinsley juntou-se entretanto ao elenco e fornecerá os seus dotes vocais no papel da pantera Bagheera. O filme combinará imagem real com animação em computador. A estreia está prevista para o último trimestre do próximo ano.

Sobre a outra adaptação, pouco se sabe além de que a produtora por detrás é a Warner Bros. e que o realizador escolhido será Andy Serkis (Senhor dos Anéis, Planeta dos Macacos – A Origem).

Notícia daqui.

O concurso Jovens Autores de Histórias Ilustradas

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A Nissan Portugal, em parceria com o Plano Nacional de Leitura (PNL), a editora Leya, o Público e a revista Fórum Estudante, lançou o concurso Jovens Autores de Histórias Ilustradas. Trata-se da segunda edição desta iniciativa em Portugal, inspirada em dois projetos da marca, existentes há trinta anos no Japão – o Children’s Story Book e o Children’s Picture Book. O tema deste ano era  «Um futuro de zero emissões» e contou com a participação de dezenas de alunos do ensino secundário. O objetivo é encontrar novos talentos nas áreas da escrita e da ilustração. Os vencedores receberão o prémio em julho – a publicação de um livro e uma visita à fábrica da Nissan em Barcelona.

Notícia daqui.

Vencedor do Carnegie Medal 2014 gera controvérsia

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(c) Geoff Pugh/The Telegraph

As obras vencedoras do prémio Carnegie Medal, atribuído a livros juvenis, tendem a provocar pequenos terramotos no meio, dado os temas das suas histórias, que já passaram pelo abuso de drogas, a delinquência e o cancro. The Bunker Diary, obra galardoada este ano, escrita por Kevin Brooks, não é exceção. E há quem considere que o júri talvez tenha ido longe de mais. Para ler aqui. E aqui também.

 

Morreu Ana María Matute

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Nascida em Barcelona, a 26 de julho de 1925, Ana María Matute faleceu ontem, a um mês de completar 89 anos. A autora é considerada uma das maiores personalidades da literatura espanhola do século XX. Entre outros prémios, Ana María foi galardoada em 1984 com o Premio Nacional de Literatura Infantil y Juvenil pela obra Sólo un pie descalzo.
Nesta história, Gabriela é uma menina tímida e na escola está sempre à parte, mas na biblioteca do pai encontra um amigo especial – um livro. É através desse livro que Gabriela começa uma grande aventura.

Infelizmente, nenhum dos seus livros destinados à infância e juventude se encontram editados em Portugal, apesar de ter uma obra relativamente extensa.

Aqui fica uma declaração da autora sobre escrever para crianças:

La literatura infantil es muy difícil, como escribir sencillo, que la gente cree que es fácil y es dificilísimo, porque lo más fácil es escribir complicado.

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A propósito do filme «Como Treinares o Teu Dragão»

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Em 2013, a Bertrand trouxe-nos, finalmente, a obra original de Cressida Cowell na qual a Dreamworks se baseou para fazer o filme Como Treinares o Teu Dragão. Agora com a estreia da segunda parte da prometida trilogia, a editora lança os dois volumes seguintes de uma só vez – Como Falares Dragonês e Como Seres um Pirata. Estas histórias continuam a seguir Hiccup Hadoque Horrendo III, o seu dragão, Desdentado, e os amigos, levando-os para outras terras além daquela ocupada pela vila em que habitam. Desta vez são os Vikings que correm o risco de desaparecerem caso o Plano Maquiavelicamente Astuto dos Romanos invasores para dominar as tribos bárbaras seja bem-sucedido.

E aqui fica o trailer do segundo filme:

 

A infame equipa de críquete do autor de Peter Pan

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J. M. Barrie, autor de Peter Pan, a certa altura decidiu criar uma equipa de críquete a que se deu o nome de «Allahakbarries» – a junção da expressão islâmica «Allah akbar» com Barries foi propositada, na esperança de que os ajudasse a vencer jogos. A equipa era constituída por nomes distintos como Rudyard Kipling, H. G. Wells, Arthur Conan Doyle, P. G. Wodehouse e A. A. Milne. O problema é que eles eram tão maus, tão maus, que não havia nada que os ajudasse. O único que ainda jogava mais ou menos era Arthur Conan Doyle. Contudo, J. M. Barrie tinha uma explicação para isso: é que quanto melhor fossem na escrita, pior eram no jogo. Como dizia o saudoso Fernando Pessa: «E esta, hem?»

Daqui.

 

Os vencedores do Carnegie e do Greenaway Medal

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(c) Publishers Weekly

Os vencedores do CILIP Carnegie Medal e do Kate Greenaway Medal de 2014 foram anunciados ontem, em Londres.  A primeira medalha foi atribuída a Kevin Brooks por The Bunker Diary, enquanto a segunda, que premeia livros ilustrados, foi entregue a Jon Klassen pela obra This Is Not My Hat.

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Durante o discurso de aceitação, o autor Kevin Brooks contou que foram precisos dez anos para uma editora aceitar publicar o The Bunker Diary. Apesar de entretanto se ter tornado um autor conhecido e reconhecido, nenhuma editora queria publicar aquele seu texto. A história de um rapaz que é raptado e mantido cativo num bunker podia ser demasiado obscura e ter um fim pouco esperançoso, mas apesar da rejeição o autor manteve-se firme na sua decisão de não reescrevê-la.

Mais declarações dos vencedores aqui.

Jean de La Fontaine, o fabulista

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O Círculo de Leitores lançará este mês, em dois volumes, as Fábulas de La Fontaine, com ilustrações de Gustave Doré. São no total mais de 400 páginas de fábulas traduzidas por poetas portugueses e brasileiros do século XIX.

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(c) Círculo de Leitores

Jean de La Fontaine, nascido na pequena localidade de Château-Thierry, em 1621, era filho de burgueses, o pai era administrador das Águas e Florestas. Começou por estudar Teologia e Direito, e herdar o cargo do pai, mas acabou por se dedicar à poesia, sob a proteção de Fouquet, superintendente das Finanças na época. Com a queda de Fouquet, Fontaine passa por dificuldades.

Como protegido da Duquesa de Bouillon e da Duquesa d’Orleans,  Fontaine escreve vários contos e novelas em verso.

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Desde os 26 anos, Fontaine era casado com Marie Héricart (que tinha catorze anos à altura do casamento). Da união resultou um único filho, Charles. Porém, ao fim de onze anos o matrimónio termina e Fontaine muda-se definitivamente para Paris, onde cria um grupo literário de que fazem parte nomes como Racine, Boileau e Molière.

Em 1668 são publicadas as suas primeiras fábulas, inspiradas sobretudo em Esopo. São histórias de animais com um fundo moral, e que fazem sucesso imediato junto dos leitores.

Em 1683, Fontaine torna-se membro da Academia Francesa. Faleceu em 1695, aos 73 anos, e encontra-se sepultado no cemitério Père-Lachaise, em Paris, ao lado do dramaturgo Molière.

Considerado o pai da fábula moderna, com fortes influências do grego Esopo,  «os escritos de La Fontaine tornaram-se verdadeiros retratos da sociedade, com todos os seus vícios, diferenças sociais e problemas retratados.» In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.

Fontes: Aqui e aqui. E também aqui.

À procura do Principezinho

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Sigal Samuel, escritora e colunista canadiana, tem uma obsessão desde pequena – encontrar o Principezinho, o verdadeiro, aquele que inspirou Antoine de Saint-Exupéry. Coleciona todas as edições da obra em vários idiomas e línguas, procura todos os livros que existem sobre o autor. A investigação de Sigal levou-a a três possíveis candidatos. Eis a história da sua busca.