O Círculo de Leitores lançará este mês, em dois volumes, as Fábulas de La Fontaine, com ilustrações de Gustave Doré. São no total mais de 400 páginas de fábulas traduzidas por poetas portugueses e brasileiros do século XIX.

Jean de La Fontaine, nascido na pequena localidade de Château-Thierry, em 1621, era filho de burgueses, o pai era administrador das Águas e Florestas. Começou por estudar Teologia e Direito, e herdar o cargo do pai, mas acabou por se dedicar à poesia, sob a proteção de Fouquet, superintendente das Finanças na época. Com a queda de Fouquet, Fontaine passa por dificuldades.
Como protegido da Duquesa de Bouillon e da Duquesa d’Orleans, Fontaine escreve vários contos e novelas em verso.
Desde os 26 anos, Fontaine era casado com Marie Héricart (que tinha catorze anos à altura do casamento). Da união resultou um único filho, Charles. Porém, ao fim de onze anos o matrimónio termina e Fontaine muda-se definitivamente para Paris, onde cria um grupo literário de que fazem parte nomes como Racine, Boileau e Molière.
Em 1668 são publicadas as suas primeiras fábulas, inspiradas sobretudo em Esopo. São histórias de animais com um fundo moral, e que fazem sucesso imediato junto dos leitores.
Em 1683, Fontaine torna-se membro da Academia Francesa. Faleceu em 1695, aos 73 anos, e encontra-se sepultado no cemitério Père-Lachaise, em Paris, ao lado do dramaturgo Molière.
Considerado o pai da fábula moderna, com fortes influências do grego Esopo, «os escritos de La Fontaine tornaram-se verdadeiros retratos da sociedade, com todos os seus vícios, diferenças sociais e problemas retratados.» In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.