Os livros para adolescentes ou «jovens adultos» têm sido alvo de alguma controvérsia por serem cada vez mais lidos por adultos com idades acima dos vinte e trinta anos. A questão em causa terá que ver com a qualidade desses livros e a sua pertinência para uma faixa etária que os críticos consideram que deveria ler obras mais adequadas à sua idade. Polémicas à parte, a verdade é que no meio de uma grande diversidade de histórias, típicas do Young Adult, encontram-se obras de qualidade literária cujo mérito merece ser reconhecido.
Recentemente foi divulgada a long-list dos nomeados deste ano para o National Book Award, prémios atribuídos pelo National Book Foundation, nos EUA, com o objetivo de celebrar a literatura americana, e entre os livros presentes encontram-se alguns destinados ao público adolescente, como Brown Girl Dreaming, de Jacqueline Woodson, única autora afro-americana nomeada.
Os temas destes livros são variados, desde a relação de uma filha com o seu pai vítima de stress pós-traumático, em The Impossible Knife of Memory, de Laurie Halse Anderson, à história de um rapaz de origem chinesa adotado por pais brancos, em Greenglass House, de Kate Milford, ou a de outro rapaz que sofre de epilepsia, em 100 Sideways Miles,de Andrew Smith, ou ainda de duas jovens acabadas de se formar através de programas de educação especial e que agora se veem numa situação em que terão de aprender a cuidar de si próprias, em Girls Like Us, de Gail Giles. As personagens são diversas e complexas e as histórias refletem questões com que nos debatemos em sociedade.
Num artigo do The Guardian, há quem louve esta atitude do júri em incluir literatura para jovens na lista, embora considere que sejam mínimas as hipóteses de qualquer uma das obras passar para a short-list. Ainda assim reconhece que independentemente do seu público-alvo são livros de qualidade e provocadores, com a diversidade que muitas vezes falta neste tipo de prémios.
Via Blogtailors.