por Catarina Araújo
Gosto muito de acompanhar o que se publica lá fora e nas minhas leituras encontro sempre novos títulos que me vão despertando a curiosidade. Aqui ficam alguns dos livros que mais burburinho têm desencadeado nos meandros da literatura juvenil e jovem adulta estrangeira, neste caso anglo-saxónica.
The Princess in Black, de Shannon Hale, ilustrações de Dean Hale e LeUyen Pham
Muito se tem falado ultimamente de questões de género. Antes proliferavam – e ainda continuam –, os brinquedos específicos para meninas e para meninos, em que para as raparigas imperava o cor-de-rosa e as histórias de princesas e de fadas, enquanto para os rapazes o tom corrente era o azul e as histórias de heróis, etc., deixando para segundo plano o conteúdo, os interesses comuns a ambos os géneros. Ultimamente, promove-se muito o estereótipo da heroína dura, que troca os vestidos por umas calças e a varinha mágica por uma espada ou um arco e uma flecha. Este livro vem quebrar um pouco essa corrente e mostrar que as raparigas podem ser heroínas, sem deixarem de ser femininas, e que as suas histórias podem ser apelativas também para os rapazes.
«Quem disse que as princesas não se vestem de preto? Quando os monstros aparecem, a Princesa Magnolia larga os seus vestidos de folhos e transforma-se na Princesa de Negro.
Deter monstros não é tarefa para princesas, mas a Princesa Magnolia tem um segredo: ela é a Princesa de Negro, e parar os monstros é o trabalho perfeito para ela! Será que consegue escapar-se do palácio, transformar-se no seu alter-ego e derrotar o monstro antes que a Duquesa descubra o seu segredo?»
Escape from Mr. Lemoncello’s Library, de Chris Grabenstein
A história apresenta-se como um cruzamento entre Charlie e a Fábrica de Chocolate e À Noite no Museu, escrita pelo premiado Chris Grabenstein. Uma escrita cheia de humor e de personagens peculiares.
«Kyle Keely é o bobo da turma, popular entre a maioria dos colegas e um fã ardente de todo o tipo de jogos: jogos de tabuleiro, palavras-cruzadas, e, principalmente, videojogos. O seu herói, Luigi Lemoncello, o mais notório e criativo criador de jogos do mundo, é o génio por detrás do edifício onde fica instalada a nova biblioteca da cidade.
Kyle ganha um lugar entre as primeiras doze crianças a visitarem a biblioteca, numa noite que promete ser de grande diversão, com comida deliciosa e muitos jogos. Mas quando a manhã chega e, ao tentarem sair, encontram as portas ainda trancadas, Kyle e os outros vencedores terão de resolver todas as pistas e todos os puzzles secretos para encontrar a saída de emergência escondida. O desafio é grande e a parada é alta.»
Magonia, de Maria Dahvana Headley
É lançado mundialmente daqui a dois dias, mas há alguns meses que o buzz é alto, com críticas muito boas. A história é uma mistura de Stardust, de Neil Gaiman, com A Culpa É das Estrelas, de John Green.
«Aza Ray mal consegue respirar.
Desde bebé, Aza sofre de uma doença pulmonar misteriosa que lhe dificulta a respiração, que quase a impede de falar, de viver.
Quando Aza avista um estranho navio no céu, a família atribui essa visão a um efeito secundário da medicação que ela toma. Mas Aza não acredita que seja uma alucinação. Ela consegue ouvir alguém na nave a chamar por ela.
Só o melhor amigo dela, Jason, acredita nela. Ele, que sempre esteve do seu lado. Jason, por quem ela começa a sentir mais do que amizade. Mas antes que Aza possa considerar a ideia de um relacionamento, algo corre terrivelmente mal. Aza vai parar a um sítio estranho. Magonia.
Acima das nuvens, Aza deixa de ter dificuldade em respirar e de se sentir à beira da morte. Em Magonia, ela consegue respirar normalmente pela primeira vez. Melhor ainda, descobre que tem um grande poder. Mas enquanto navega na sua nova vida, Aza apercebe-se de que há uma guerra prestes a acontecer. Magonia e a Terra estão à beira de um confronto catastrófico.
O futuro da humanidade está nas mãos de Aza, incluindo o rapaz de quem ela gosta. Mas para onde penderá a sua lealdade?»
Geek Girl, de Holly Smale
Geek Girl é uma série para adolescentes que pega num tema juvenil recorrente e rompe com alguns estereótipos, conferindo-lhes uma nova perspetiva, com o humor típico britânico.
«Harriet Manners sabe muitas coisas.
Ela sabe que um gato tem 32 músculos em cada orelha, que um «minutinho» dura 1/100 de segundo, que uma pessoa ri-se em média 15 vezes por dia. O que ela não percebe é porque é que ninguém na sua escola parece gostar muito dela. Por isso quando é «descoberta» por uma agente de supermodelos, Harriet agarra a oportunidade de se reinventar. Mesmo que isso signifique roubar o sonho da sua melhor amiga, provocar a ira da sua arqui-inimiga Alexa, e humilhar-se diante do atraente supermodelo Nick. Mesmo que isso signifique mentir a todos aqueles que ela ama.
À medida que Harriet vai passando de um desastre de alta costura para o outro, com a ajuda do seu muito entusiasmado pai e um stalker super geek chamado Toby, ela começa a perceber que o mundo da moda não gosta muito mais dela do que o mundo real em que vivia.
Quando a sua vida antiga começa a desmoronar-se, será que Harriet irá conseguir transformar-se antes que dê cabo de tudo?»