Monthly Archives: Junho 2015

Dreamworks adapta «The Adventures of Beekle» ao cinema

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A Dreamworks anunciou recentemente que irá adaptar ao cinema de animação o livro The Adventures of Beekle: The Unimaginary Friend, de Dan Santat, galardoado este ano com a medalha Randolph Caldecott, na categoria de livros infantis ilustrados. A história é sobre um amigo imaginário que nasce numa ilha especial, e vive à espera de ser escolhido por uma criança, mas depois de muito esperar, e sem que ninguém o adote, ele resolve embarcar numa viagem para a cidade, onde encontra finalmente uma criança que lhe dá um nome: Beekle.
Jason Reitman (realizador de filmes como Obrigado por fumar, Juno e Nas Nuvens) será o realizador e o argumentista. Este será o seu primeiro filme de animação.

A notícia é daqui.

O prazer da leitura

(Ilustração de Adam McCauley)
(Ilustração de Adam McCauley)
por Sofia Pereira

«Cada livro, cada volume que vês, tem alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espírito cresce e torna-se forte.»
Carlos Ruiz Zafón

A leitura é um hábito que deve ser iniciado na primeira infância, através de momentos de leitura, em que a família, o jardim de infância e a escola se assumem como principais mediadores. Observar a ilustração da capa do livro e de todas as suas páginas, escutar a história e recontá-la são ações que podem ajudar a criança a construir empatia e convivência com o livro e, certamente, ficarão guardadas na memória com grande afeto e entusiasmo.

O gosto pela leitura não é inato, adquire-se ao longo da vida. Ler por prazer exige esforço, paciência e dedicação. Todos podemos ajudar a colaborar para o alargamento e o aprofundamento dos hábitos de leitura, com o objetivo de aumentar os níveis de literacia e fomentar o prazer da leitura. Cativar, partilhar e envolver os outros nas nossas leituras poderão ser estratégias para despertar o prazer da leitura.

Ler por prazer não se remete ao simples ato de ler para se informar, mas é antes um hábito mais saudável e apaixonado.

Ler por prazer é abrir a janela para o mundo. É deixar-se transportar para o desconhecido, uma realidade cheia de descobertas, mistério, magia, encantamento e diversão, criando uma cumplicidade que só o prazer da leitura pode proporcionar.

Ler por prazer é conhecer o Eu, o Outro e o Mundo. É sentir e desfrutar das coisas e das pessoas, dos olhares e dos gestos, das emoções e dos sentimentos, das paisagens e dos lugares, da vida e do mundo.

Ler por prazer é a busca do belo, do misterioso e de momentos de fruição.

Quem descobre o prazer da leitura nunca mais pára de ler. Pode até ler um, dois, três ou mais livros em simultâneo.

Lê apenas pelo gosto de ler.

Leituras para as Férias Grandes de… Cristina Dionísio

Como leitora compulsiva e mãe de um pequeno leitor ávido e curioso, nas férias temos o hábito de andar com uma pequena biblioteca atrás de nós, que nos acompanha para todo o lado. Estes são alguns dos livros que nos irão acompanhar neste Verão.

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Um Atalho no Tempo, de Madeline L’Engle (Oficina do Livro)

«Quando a história começa, as personagens principais, Meg Merry e o seu irmão mais novo, Charles Wallace, vivem com a mãe e os irmãos, Sandy e Dennys. Meg tem dificuldade em adaptar-se à escola e sente a falta do pai, um cientista, que desapareceu há mais de um ano enquanto efetuava uma experiência que envolvia viajar no tempo. Um ser estranho de outro mundo visita o lar dos Murry e fornece uma pista importante sobre o paradeiro do Sr. Murry. Meg, Charles Wallace e o amigo Calvin O’Keefe começam então uma viagem perigosa no tempo e no espaço para salvarem o Sr. Murry. São assistidos pelas estranhas visitas dos Murry, a Sra. Quéisso, a Sra. Quem e a Sra. Qual. As crianças veem-se em breve no centro de uma luta entre o bem e o mal, que ameaça destruir a liberdade e a individualidade. Pelo caminho, desenvolvem força, coragem e capacidades que não sabiam ter. Para Meg, em especial, a viagem é mais do que uma aventura ou uma missão para ajudar os outros: é também uma viagem de autodescoberta que muda as suas ideias sobre si própria e as pessoas que a rodeiam.»

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A Casa dos Robots, James Patterson (Booksmile)

«Eu sou o Sammy. Sou um miúdo igual a tantos outros… exceto num pormenor: vivo numa casa CHEIA de ROBOTS!!! Por vezes até é divertido viver com robots: o SR. LIMPOPÓ mantém a nossa casa arrumada; o McBUSCA é o nosso cão-robot; o DRONE MALONE é um robot-helicóptero que faz os relatos do trânsito para uma estação de rádio; mas há muitos, muitos mais robots a viver cá em casa… E agora a minha mãe criou o E (já vos contei que é a minha mãe a responsável por todas estas invenções?), um robot muito irritante que se julga meu irmão e vai atrás de mim para todo o lado. Até para as aulas! Se eu antes já não era o miúdo mais popular da escola, imaginem agora! NÃO SEI COMO SAIR DESTA! Tens alguma ideia brilhante? Preciso mesmo de ajuda!»

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Frank Einstein e a Bicicleta Voadora, Jon Sciezka (Booksmile)

«O Frank Einstein é um miúdo genial, cientista e inventor. O Klink tem inteligência artificial. E o Klank tem quase inteligência artificial. Juntos vão tentar vencer o Prémio de Ciência com a sua invenção: uma bicicleta voadora com motor de antimatéria. Nada mais simples, basta usar os três estados da matéria: sólido, líquido e gasoso. Tudo parece ir no bom caminho até surgir T. Edison, arqui-inimigo de Frank. Ele é capaz de tudo para estragar os planos do nosso génio!»

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O Meu Peixinho de Aquário Sabe Quem eu Sou?, Gemma Elwin Harris (Editorial Presença)

«Porque é que as zebras têm riscas? No futuro vai existir o teletransporte? Porque é que o meu pai nunca ganha o totoloto? Se por vezes fica desconcertado pelas perguntas típicas das crianças, este é o livro perfeito para si! Reunindo mais de 300 perguntas feitas por crianças que frequentam o primeiro ciclo do ensino básico, apresenta respostas sintéticas de especialistas de várias áreas de renome internacional. Depois do enorme sucesso de Grandes Perguntas de Gente Miúda com Respostas Simples de Gente Graúda, publicado em 2013, este novo volume inclui ainda vários testes, tornando-se um presente perfeito para ser partilhado por toda a família.»

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Enquanto Dormes — Coisas curiosas que acontecem, Steve Murrie e Mathew Murrie (Gradiva)

«Enquanto dormes, sucedem centenas de coisas curiosas e divertidas relacionadas com a Terra, o espaço, a tecnologia, os animais e a natureza em geral, a cultura popular, o desporto, o corpo humano e muito, muito mais. Leitura obrigatória para espíritos curiosos, jovens e menos jovens… Oito horas é o tempo suficiente para uma boa noite de sono. Mas, sabias que é também o tempo necessário para que a nave espacial New Horizons percorra 4,8 mil milhões de quilómetros? Ou para que um hipopótamo coma mais de 36 quilos de erva? Ou ainda para que 6 000 brasileiros construam a maior torre de Lego do mundo?
ENQUANTO DORMES tem centenas de factos espectaculares sobre a Terra, o espaço, a tecnologia, os animais, a natureza, o desporto, o corpo humano e muito mais!
O que acontece quando tens os olhos fechados?»

Leituras para as Férias Grandes de… Alexandra Martins

Com a chegada do verão, vêm também as férias grandes para os mais jovens, com muito tempo livre para pôr as leituras em dia, seja na praia, no parque ou até mesmo em viagem. Para os «jovens adultos», deixamos aqui algumas sugestões de leitura para as férias.

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Dias de Sangue e Glória, de Laini Taylor (Porto Editora)

Sinopse: Karou, antiga estudante de Arte, quimera revenante e aprendiz de ressurrecionista, tem finalmente as respostas que sempre procurou. Sabe quem é e o que é. Porém, com este conhecimento vem outra verdade que ela daria tudo para desfazer: amou o inimigo e foi traída, e um mundo inteiro sofreu por isso. Agora, sacerdotisa de um castelo de areia numa terra de poeira e estrelas, profundamente só, Karou tenta recriar o universo do seu passado, contribuindo, com a sua dor e a sua mágoa, para a volta gloriosa das quimeras. Porém, sem Akiva, e sem o seu sonho de amor partilhado, o caminho da esperança afigura-se impossível de trilhar. Repleto de desgosto e beleza, segredos e escolhas impossíveis, Dias de Sangue e Glória encontra Karou e Akiva em lados opostos de uma guerra tão antiga como o tempo.

Sugestão: Depois de já aqui ter falado do primeiro livro desta saga e de como o mesmo foi uma lufada de ar fresco no panorama da literatura fantástica, seria impossível não recomendar a leitura deste Dias de Sangue e Glória para fazer crescer a água na boca neste verão. Não ficando em nada atrás do primeiro volume, este livro leva-nos ao patamar seguinte, ao mundo dos anjos e das quimeras e da guerra sem fim entre as duas raças. Um livro para nos fazer viajar nos dias mais quentes.

Maze Runner

Maze Runner: Provas de Fogo, de James Dashner (Editorial Presença)

Sinopse: Atravessar o Labirinto devia ter sido o fim. Acabar-se-iam os enigmas, as variáveis e a fuga desesperada. Thomas tinha a certeza de que, se conseguissem fugir, ele e os Clareirenses teriam as suas vidas de volta. Mas ninguém sabia realmente para que tipo de vida iriam regressar… O segundo volume da série Maze Runner ameaça tornar-se um clássico moderno para os fãs de títulos como Os Jogos da Fome.

Sugestão: Com adaptação cinematográfica prevista para setembro deste ano, o verão é uma excelente altura para ler (ou reler) Maze Runner: Provas de Fogo, o segundo livro da trilogia Maze Runner, que pega na história exatamente onde o primeiro livro nos tinha deixado, mostrando-nos um mundo cada vez mais violento onde os nossos jovens terão de sobreviver se quiserem obter as respostas às muitas perguntas que vão surgindo ao longo do livro. Para ler de uma ponta à outra sentados na beirinha da cadeira e devorando as páginas como quem devora gelados.

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A Todos os Rapazes que Amei, de Jenny Han (Topseller)

Sinopse: «Guardo as minhas cartas numa caixa de chapéu verde-azulada que a minha mãe me trouxe de uma loja de antiguidades da Baixa. Não são cartas de amor que alguém me enviou. Não tenho dessas. São cartas que eu escrevi. Há uma por cada rapaz que amei — cinco, ao todo. Quando escrevo, não escondo nada. Escrevo como se ele nunca a fosse ler. Porque na verdade não vai. Exponho nessa carta todos os meus pensamentos secretos, todas as observações cautelosas, tudo o que guardei dentro de mim. Quando acabo de a escrever, fecho-a, endereço-a e depois guardo-a na minha caixa de chapéu verde-azulada. Não são cartas de amor no sentido estrito da palavra. As minhas cartas são para quando já não quero estar apaixonada. São para despedidas. Porque, depois de escrever a minha carta, já não sou consumida por esse amor devorador. Se o amor é como uma possessão, talvez as minhas cartas sejam o meu exorcismo. As minhas cartas libertam-me. Ou pelo menos era para isso que deveriam servir.»

Sugestão: Numa altura em que proliferam os amores de verão, uma história de amor é sempre uma boa aposta para os fins de tarde quentes. No entanto, este livro não é o típico romance, uma vez que a heroína da história não está apaixonada por um rapaz, mas sim desapaixonada por cinco rapazes diferentes: todos aqueles que ela amou e perdeu. E a quem escreveu cartas expondo todos os seus sentimentos, cartas que nunca enviou. Mas o que aconteceria se todas essas cartas chegassem de repente aos seus destinos? Nesse caso, a vida de Lara Jean tornar-se-ia muito mais complicada, mas muito mais interessante para nós leitores!

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O Complexo dos Assassinos, de Lindsay Cummings (Saída de Emergência)

Sinopse: Um thriller intenso de ação e paixão num cenário futurista onde o número de assassinatos é superior à taxa de natalidade. Meadow Woodson, uma rapariga de 15 anos que foi treinada pelo seu pai para lutar, matar e sobreviver em qualquer situação, reside com a sua família num barco na Florida. O Estado é controlado pelo Complexo Assassino, uma organização que segue e determina a localização de cada cidadão com precisão, provocando o medo e opressão em absoluto. Mas tudo se complica quando Meadow conhece Zephyr James, que é – embora ele não saiba – um dos assassinos programados do Complexo. Será o seu encontro uma coincidência ou parte de uma apavorante estratégia? E conseguirá Zephyr impedir que Meadow descubra a perigosa verdade sobre a sua família?

Sugestão: Já lemos Os Jogos da Fome, já lemos Divergente, já lemos Maze Runner… Está na hora de ler O Complexo dos Assassinos, aclamado pela crítica como sendo o novo grande livro distópico de 2015. E como somos incapazes de virar costas a uma boa distopia, este livro parece-me a escolha ideal para meter no saco da praia, uma vez que se trata de uma leitura rápida, com um bom ritmo narrativo e uma boa dose de violência patente em cada desenvolvimento da história, o que mantém o leitor sempre alerta.

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E se…?, de Randall Munroe (Saída de Emergência)

Sinopse: Milhões de pessoas visitam XKCD.com todas as semanas para ler a vinheta de Randall Munroe. As suas figuras simples e desenhos minimalistas sobre ciência, tecnologia, amor e o sentido da vida têm uma vasta legião de seguidores. Fãs de XKCD colocam a Munroe imensas questões bizarras. E se tentasses bater uma bola de basebol lançada a 90% da velocidade da luz? Se houvesse um apocalipse robótico, quanto tempo duraria a Humanidade na Terra? Na busca de respostas, Munroe opera simulações de computador, analisa dossiês de pesquisa militar confidencial, resolve equações diferenciais e consulta operadores de reatores nucleares. As suas respostas são obras de arte de perspicácia e humor e normalmente preveem a absoluta aniquilação da Humanidade ou uma explosão inimaginável que arrase tudo! E se…? é leitura obrigatória para todos aqueles que adoram os grandes enigmas da vida, da ciência e, claro, perguntas tão absurdas quão divertidas.

Sugestão: Este é um livro hilariante com as suas respostas de humor refinado. Recomendado para todos os leitores, mas em especial para aqueles jovens que dispensam grandes leituras, principalmente quando o tempo convida a outras atividades mais dinâmicas. Mas o dinamismo presente nas páginas deste livro vai fazer valer a pena levá-lo connosco para a beira da piscina ou para o parque. Porque a cada resposta que lemos, queremos saber qual será a pergunta seguinte, sendo impossível parar de ler até chegarmos ao final.

Leituras para as Férias Grandes de… Catarina Araújo

O contacto com outras línguas é importante para o desenvolvimento de qualquer criança, pois além de lhe abrir horizontes, permite-lhe exercitar a capacidade de falar outros idiomas, para além da língua materna. Juntar esse exercício à leitura, enquanto ainda são pequenos, pode resultar em momentos bastante divertidos e didáticos. Aqui ficam alguns livros que transcendem as fronteiras da língua e que os pais poderão ler com as crianças durante estas Férias Grandes, despertando-as para outras realidades.

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The Book With No Pictures, de B. J. Novak, Dial Books

Este livro, criado pelo ator e humorista B. J. Novak, mais conhecido por entrar na série The Office, fez um grande sucesso lá fora, por ser um livro que convida à leitura em voz alta. Os pais poderão traduzir o texto enquanto o leem com as crianças, fazendo pequenos teatrinhos com elas, ou então poderão ler mesmo em inglês, habituando-os à língua e ajudando-os a entender os significados.

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Tous à poil!, de Claire Franek e Marc Daniau, Editions du Rouergue

Este livro causou muita polémica no ano passado. O presidente do Partido UMP, a segunda maior força política de França, condenou-o publicamente, pois considerava-o inapropriado e acreditava que desrespeitava figuras de autoridade aos olhos das crianças. Tous à poil! é um livro infantil ilustrado em que várias pessoas, desde o professor, à babysitter, aos vizinhos, se despem para tomar banho no mar. O objetivo, segundo os autores, era o de familiarizar as crianças com diferentes tipos de corpos em situações naturais. E porque o corpo deve ser estimado e tratado com respeito, seja ele como for, este é o livro perfeito para dar a ler às crianças neste verão.

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Emocionario. Di Lo Que Sientes, de Cristina Núñez Pereira e Rafael Romero, Palabras Aladas

Com a estreia do filme da Pixar Inside Out, ou em português Divertida-Mente, em que fazemos uma viagem pelas emoções humanas, este livro revela-se bastante apropriado, pois leva-nos também numa viagem pelas emoções que qualquer um de nós sente. Com esta ferramenta as crianças aprenderão a identificar os seus sentimentos e a lidar com eles.

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El libro de las narices, de Pepe Serrano, ilustrações de David Guirao, Nalvay Ediciones

Este livro é uma verdadeira enciclopédia de narizes, desde as suas formas, aos adornos que podem usar. É capaz de parecer estranho, mas o nariz é apenas um pretexto para dar a conhecer às crianças outras culturas e costumes, correndo as histórias de alguns dos narizes mais famosos do mundo, como o nariz da Esfinge de Gizé ou do Pinóquio. Uma leitura muito divertida e cheia de conhecimento.

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And Tango Makes Three, de Justin Richardson e Peter Parnell, ilustração de Henry Cole, Simon and Schuster

Este livro também causou a sua dose de polémica por se tratar da história de um casal de pinguins machos que cria um bebé pinguim. Lançado em 2006, é um dos livros que os pais mais pressionam para retirar das bibliotecas e das escolas, nos EUA. A obra, entretanto, foi distinguida com inúmeros prémios, entre os quais o Prémio ASPCA Henry Bergh e o American Library Association Notable Children’s Book. Não há nada como ensinar aos mais pequenos a tolerância e os diferentes tipos de relacionamentos que existem através de um livro.

Leituras para as Férias Grandes de… Sofia Pereira

Sol, praia e campo. São estes os cenários que convidam para as tão esperadas férias de verão. É altura de aproveitar para estar com a família e os amigos, para divertir e descansar. Uma das formas de descansar e relaxar é a leitura, porque os livros fazem-nos viajar para muitos lugares diferentes, conhecer outras culturas e povos e deixarmos a nossa imaginação voar até onde permitirmos. Hoje, terça-feira, é o segundo dia de sugestões de leituras para as férias e cabe-me sugerir-vos alguns livros, dos mais pequenos aos mais crescidos. Vamos viajar sem sair do lugar?

ESTA HISTÓRIA NÃO É PARA ADULTOS

Esta História Não É Para Adultos, de Patrícia Ervilha, Artelogy

«(…) A escola. O meu principal problema com a escola é o trabalho. Na escola trabalha-se muito! Porque se a escola fosse só brincadeira estava tudo bem. Mas o que eu acho injusto é trabalhar e não receber nada… isso é que eu não concordo. Porque os adultos também trabalham muito mas recebem dinheiro por isso! Não sei se recebem 100 euros ou mais mas recebem. Agora eu (!) farto-me de trabalhar e não recebo nada. (…)»

Por que razão? Estamos na época das férias e temos mais tempo para nos dedicar às pessoas que amamos, àquelas que nos são próximas e que querem incondicionalmente o nosso bem-estar. Este livro é uma história sobre famílias e sobre as relações sociais, e pode ajudar a encontrar a felicidade nos pequenos momentos da vida.

O JOGO DAS SOMBRAS

O Jogo das Sombras, de Hervé Tullet, Edicare

«Vais precisar da ajuda de um adulto para brincar a este jogo de sombras. No escuro, usa a tua lanterna e embarca numa fantástica aventura noturna! Um livro de recortes para brincar com as sombras e descobrir as personagens e as formas que se escondem no seu interior. Este é um livro-jogo, com um conceito inovador que permite que o livro saia da página e inúmeras possibilidades de criar histórias além do livro. Desperta a imaginação e a brincadeira, e é ideal para usar em grupo.»

Livro-jogo, para quê? É importante entreter as crianças durante as férias escolares. Os momentos em família, além de marcantes no crescimento e desenvolvimento daquelas, podem constituir importantes brincadeiras e aventuras de partilha de saber ser, saber estar e saber fazer. Num ambiente lúdico, a família poderá explorar este livro que proporciona, através do jogo de sombras, a descoberta de personagens, a criação de histórias e estimula a imaginação e a criatividade da criança.

A CRUZADA DAS CRIANÇAS

A Cruzada das Crianças (Vamos Mudar o Mundo), de Afonso Cruz, Alfaguara

«O que farão os adultos se milhares de crianças saírem à rua para reclamar os sonhos que eles se esqueceram de continuar a sonhar, de pedir a justiça em que há muito deixaram de acreditar? Continuaremos a ignorar estes cruzados com o mesmo cinismo, descrença ou inércia com que tantas vezes olhamos para o mundo que nos rodeia? Ou terá chegado a hora de darmos ouvidos aos sonhos das crianças?»

Porquê? Afonso Cruz faz-nos viajar para o mundo das crianças e lembra-nos que também elas têm sonhos – por vezes, os de tantos adultos – e que há momentos na vida em que é necessário um manifesto, para conseguir alcançar aquilo que desejamos. Um livro que ensina as crianças a lutarem sempre pelos seus objetivos e a nunca desistirem.

O VELHO E O MAR

O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway, Livros do Brasil

«Santiago, um velho pescador cubano, está há quase três meses sem conseguir pescar um único peixe, quando o seu isco é finalmente mordido por um enorme espadarte. O peixe imponente resiste, arrasta a sua canoa cada vez mais para o alto mar, na corrente do Golfo, e obriga a uma luta agonizante de três dias que o velho Santiago acabará por vencer, para logo se ver derrotado. Com uma linguagem de grande simplicidade e força, Hemingway retrata nesta aventura poética a coragem humana perante as dificuldades e o triunfo alcançado apesar da perda. Comovente romance, obra-prima de maturidade de Hemingway, O Velho e o Mar recebeu o Prémio Pulitzer em 1952 e desempenhou um papel essencial na obtenção pelo seu autor, dois anos mais tarde, do Prémio Nobel de Literatura.»

Ler, porque sim! O Velho e o Mar é um clássico da literatura que merece ser lido com toda a dedicação, em qualquer fase da nossa vida. Pela astúcia do protagonista que deve ser um exemplo para todos/as nós, pela apaixonante história que prende a nossa atenção e cativa até ao desfecho, e pelo facto de o ambiente que rodeia a personagem principal ser marítimo – um dos cenários idílicos das férias de verão – sugiro que não deixem de ler esta magnífica aventura.

COMO É LINDA A PUTA DA VIDA

Como é Linda a Puta da Vida, de Miguel Esteves Cardoso, Porto Editora

«O que espanta num gato é a maneira como combina a neurose, a desconfiança e o medo – para não falar numa ausência total de sentido de humor – com o talento para procurar e apreciar o conforto e, sobretudo, a capacidade para dormir 20 em cada 24 horas, sem a ajuda de benzodiazepinas. O gato é neurótico mas brinca. (…) Mas, acima de tudo, descobriu o sistema binário da existência. Que é: dormir faz fome. Comer faz sono. Acordo porque tenho fome. Adormeço porque comi. Nos intervalos, faço as necessidades.»

Vale a pena ler? Óbvio que sim! Uma, duas ou três crónicas por dia. Textos recheados de bom humor, de ironia, de boa disposição, de irreverência, de sobriedade e de inteligência, que nos falam de sentimentos, de sonhos e da realidade.

Leituras para as Férias Grandes de… Ana Ramalhete

Cinco livros para as férias. Cinco livros para levar para a praia, para o campo, para a montanha ou para folhear em casa. Cinco livros para ler depressa ou devagar. Cinco livros para saborear!

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Quero um abraço, de Simona Ciarolo, tradução de Rui Lopes

Filipe é um cacto pequenino que se sente sozinho e a precisar de um abraço, mas a sua família é indiferente e insensível aos seus sentimentos. Decide, então, procurar quem também esteja a precisar de um bom abraço e vai  mesmo encontrar!

Porque todos precisamos de afecto e de abraços (até os seres que picam); porque nas férias há (ainda) mais tempo para abraçar; porque quando terminamos a leitura deste livro, cada vez que olhamos para um cacto, não vemos só os picos, também nos lembramos do Filipe e pensamos em abraços.

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Inventário ilustrado das árvores, texto de Virginie Aladjidi, ilustração de Emmanuelle Tchoukriel e tradução de Ana M. Noronha

Este livro é um compêndio interdisciplinar recheado de aspectos científicos, ecológicos e simbólicos. Apresenta cinquenta e sete espécies de árvores de todo o mundo, divididas em três: folhosas, coníferas e palmeiras. Cada árvore apresenta uma ficha técnica com o seu nome comum, o nome científico, a altura, longevidade, origem da espécie, bem como outras curiosidades.

Um livro profusamente ilustrado, com imagens naturalistas e minuciosas das árvores, e das flores, dos frutos e dos animais que nelas se podem encontrar. Um livro para levarmos para a floresta ou para nos acompanhar na descoberta da variedade de árvores que vive à nossa volta e da qual pouco conhecemos.

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A cozinheira do rei, de Soledad Felloza, ilustrações de Sandra de la Prada, tradução de Elisabete Ramos

A letargia do rei impedia-o de pensar na resolução dos problemas que atingiam o seu reino. Preocupados, os sábios aconselham-no a mudar de hábitos e a iniciar uma dieta alimentar. Como tal, abrem uma vaga para o lugar de cozinheiro real, à qual se candidatam inúmeros cozinheiros entre os quais uma jovem cozinheira, Alvarinha, que, ignora o facto de o edital pedir um cozinheiro masculino e prepara uma refeição que vai despertar o rei da sua tristeza. Qual será o seu segredo?

Esta é uma história de amor e de sabor. Uma história que nos faz pensar na importância de fazermos tudo com dedicação e empenho, até a comida. É também um bom pretexto para levarmos as crianças para a cozinha e ensiná-las a preparar receitas apetitosas que fazem parte das nossas memórias, de sabores e de emoções.

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O Soldado João, de Luísa Ducla Soares, ilustrações de Dina Sachse

O soldado João foi parar à guerra mas não queria, nem sabia, fazer a guerra “Vinha de sachar milho, de regar cravos, de semear couves e manjericos” e tornou-se ” a vergonha dos batalhões. Trazia uma flor ao peito, punha as mãos nas algibeiras, coçava o nariz, não acertava o passo. E, para cúmulo, assobiava modinhas da sua aldeia.”

Luísa Ducla Soares escreveu este conto, sobre a guerra colonial, em 1971, para ser publicado no suplemento do Diário Popular, “Sábado Popular”, mas foi cortado pela censura e não chegou a sair com o jornal. Foi editado, no ano seguinte, pela editora Estúdios Cor, orientada por José Saramago.

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Este chapéu não é meu, de Jon Klassen, tradução de Rui Lopes

Um peixe pequeno decide roubar um chapéu a um peixe enorme, que está a dormir, acreditando que este não vai dar pela falta do chapéu nem vai descobrir quem lho tirou. Pelo sim, pelo não, decide fugir para um lugar secreto, com plantas altas e pouca visibilidade, onde tem a certeza de não ser encontrado. Será?

Uma história plena de humor, de ternura, de subtilezas e de enigmas. Ao mesmo tempo que o narrador, o peixe, vai descrevendo a sua aventura, o leitor vai assistindo ao desenrolar de acontecimentos paralelos, contados pelas imagens,  criando-se assim, duas histórias opostas. Ao longo do livro, ficamos imediatamente cativados pelo pequeno peixe e quando a leitura terminar e olharmos para o mar de certeza que vamos procurá-lo nos cardumes que passam à frente dos nossos olhos. Estará com o chapéu?

«Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de criança.»

por Sofia Pereira

«Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de criança.»
Victor Hugo

A II Guerra Mundial, em 1945, constituiu o ponto de partida para o reconhecimento de SER CRIANÇA. Depois de terminada a guerra e da crise instalada, muitos países não tinham condições económicas e afetivas para educar as suas crianças. Muitas não tinham pais, não tinham lugar para dormir, comida para se alimentar e escola onde estudar. Todos estes condicionantes levaram a uma enorme debilidade física e psíquica, que conduziu as crianças à morte. Muitas morreram em situações dramáticas.

Como resposta a estas dificuldades foi criada a UNICEF e, mais tarde, assinalou-se o dia comemorativo de todas as crianças do Mundo. Foi a 1 de junho de 1950 que se comemorou pela primeira vez o Dia Mundial da Criança. Porém, só em 1959 foi aprovada a «Declaração dos Direitos da Criança», que define os dez direitos das crianças, que se pautam pelo respeito, pelo amor, pela compreensão, pela proteção, pela educação gratuita e por todos os cuidados necessários que proporcionem um crescimento saudável num clima de PAZ e FRATERNIDADE!

Todas as crianças devem ter estes direitos! Neste dia, mais do que uma festa de alegria e amizade, em que as crianças se tornam as personagens principais, é urgente refletir e encontrar medidas que garantam o bem-estar e a felicidade de todas as crianças, porque o melhor do Mundo é o sorriso de uma criança!

Torna-se importante falar com as crianças sobre os seus direitos e levá-las a exprimir as suas ideias sobre o assunto: se acham que todos/as os/as meninos/as do Mundo vivem com as mesmas condições, em paz e em segurança; se todas as crianças vão à escola aprender coisas novas, como elas; se têm um/a médico/a que cuide delas quando estão doentes; se, no fundo, todos os meninos e todas as meninas terão a mesma sorte que elas.

Os livros podem ajudar a falar sobre os Direitos da Criança. Através das ilustrações e do texto que deve ser lido pausadamente, as crianças poderão compreender que o direito a uma infância protegida, respeitada, feliz e saudável deverá estar acessível a todos/as os/as meninos/as do Mundo. Deixamos hoje aqui a sugestão de alguns livros, para ler neste dia tão especial:

Os Direitos das Crianças, de Luísa Ducla Soares, ilustração de Maria João Lopes, Civilização Editora

«Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 1.º e 2.º anos de escolaridade. Apoio a Projectos relacionados com Cidadania. No ano em que a ONU comemora 20 anos sobre a “Declaração dos Direitos das Crianças”, Luísa Ducla Soares explica, aos mais novos, o significado de alguns dos Direitos das Crianças como, entre outros, o direito a ter um nome, a uma educação, à protecção, o direito a ter uma família e a poder brincar. Mas a autora termina lembrando que as crianças têm também deveres.»

Direitos da Criança, de Maria João Carvalho, ilustração de Carla Nazareth, Everest

«Quando a cor azul da amizade unir as crianças de todo o mundo, uma ponte feita de arco-íris levará a todas elas um gesto de amor e conduzirá ao tesouro da harmonia e do bem-estar.  Partindo do texto da Declaração Universal dos Direitos da Criança este livro pretende contribuir para que os princípios nela consagrados sejam cada vez mais divulgados e reconhecidos a todas as crianças sem excepção alguma.»

No Dia da Criança, de Luísa Ducla Soares, ilustração de Danuta Wojciechowska, APCC

«Há, por esse mundo fora, infâncias douradas ou simplesmente alegres e felizes.Mas há também crianças sem direitos, forçadas a trabalhos pesados e perigosos, obrigadas a combater em guerras, sem ninguém que as proteja. São meninos como vocês… Querem conhecer a história de um deles?»

Para não quebrar o encanto – os direitos da criança, de Vergílio Alberto Vieira, ilustração de Rita Oliveira Dias, Caminho

«Livro recomendado para apoio a projetos relacionados com a cidadania nos 3.º, 4.º, 5.º e 6.º anos de escolaridade. Vergílio Alberto Vieira dedica este livro aos direitos da criança, numa série de poemas em que alia a sensibilidade fina e justa à mestria da forma breve. As ilustrações deliberadamente «ingénuas» emprestam uma graça particular a este álbum a cores. O livro inclui o texto integral da Declaração dos Direitos da Criança.»

Amali e Abdul do Outro Lado do Muro, de Isabel Bravo, ilustração de Daniela Bacalhau, Caminho das Palavras

«Amali é uma menina de dez anos, natural do território da Palestina, que ao longo da história, rodeada pelo feminino, pela mãe e a avó-materna, partilha toda a sua cultura hebraica. Ela representa a fação israelita do conflito e tem um papel importante, para o qual persuade a sua família, na resolução do conflito preconizado na história; materializado no muro que separa as duas culturas. Abdul é um menino, da sua idade, natural do território da Palestina, que representa a fação palestiniana. Amali perde a sua bola na “Terra Proibida”, na demanda de recuperá-la confraterniza com Abdul. A amizade é descoberta e proibida por ambas as famílias. É através da “Declaração Universal dos Direitos da Criança”, que Amali consegue convencer os adultos de que o seu conflito não tem razão de ser. De forma figurada, à medida que o conflito diminui, representado pela amizade que vai surgindo entre a família de ambos, o muro desaparece. Dentro da história há outra história encaixada, um segredo que o avô da Amali – o avô Moisés – guarda das crianças da família: “Shoá” (holocausto), uma nuvem negríssima que o acompanha.  Este conto infantil, dirigido às crianças entre os nove e doze anos, é uma lição de História, uma história de Fé, um elogio à Paz, dedicado a todos aqueles que têm um muro a separá-los.»

Ser Criança é…, de Fernando Paulo Gomes, Luís Matos e Nuno Caravela, Fnac

«Este livro ilustra, ao longo de doze canções, o fantástico mundo das crianças e dá a conhecer todos os seus direitos para uma vida em harmonia. Os 10 Direitos da Criança, canções e atividades divertidas…»

A todas as crianças do Mundo um grande beijinho e um Feliz Dia da Criança!