Para os que ainda não se decidiram o que oferecer aos miúdos que já não são assim não pequenos, seguem-se algumas ideias para presentes.
Leonardo da Vinci — Caderno de Invenções, Jaspre Bark, David Hawcock , David Lawrence, Edicare
«Este livro é uma réplica autêntica e primorosa de algo que, se não existiu, devia ter existido… o caderno de apontamentos de Leonardo da Vinci.
O texto, as ilustrações e os engenhosos modelos tridimensionais foram desenhados a partir das suas próprias anotações e esboços. O cuidado posto nesta recriação vem dar vida às notáveis e muitas vezes proféticas invenções de Leonardo, captando o génio de um homem muito à frente do seu tempo.»
Especialmente vocacionado para aprendizes de cientistas, este Caderno de Invenções é uma verdadeira obra de arte com maravilhosas recriações e modelos pop up que farão os leitores abrirem a boca de espanto perante o génio da mente de Da Vinci.
Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-rosa, de Judith Kerr, Booksmile
«Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-rosa é uma das obras mais lidas por jovens de todo o mundo. Considerada um clássico da literatura juvenil, e inspirada na vida da própria autora, fala-nos da Segunda Guerra Mundial numa nova perspetiva e até com algum humor.
Vive-se o ano de 1933. Anna tem apenas nove anos e anda demasiado ocupada com a escola e com os amigos para reparar nos cartazes políticos espalhados pela cidade de Berlim com a suástica nazi e a fotografia de Adolf Hitler, o homem que muito em breve mudaria a face da Europa. Ser judeu, pensa ela, é apenas algo que somos porque os nossos pais e avós são judeus.
Mas um dia o pai dela desaparece inexplicavelmente. E, pouco tempo depois, ela e o irmão, Max, são levados pela mãe com todo o sigilo para fora da Alemanha, deixando para trás a sua casa, os amigos e os amados brinquedos. Reunida na Suíça, a família de Anna embarca numa aventura que vai durar anos.»
Depois de ter sido publicado pela primeira vez no nosso país em 1992 pela Editorial Caminho, Quando Hitler Roubou o Coelho Cor-de-rosa está de regresso às livrarias pela mão da Booksmile. Baseado na experiência da autora, que em 1933 teve de abandonar a Alemanha natal com a família para fugir para a Suíça, esta é uma obra que aborda uma das épocas mais negras da história da Humanidade através dos olhos límpidos e inocentes de uma criança que, como dezenas de milhares de outras nessa altura — e como tantas nos dias de hoje —, teve de abandonar o seu lar para escapar aos horrores da guerra.
O Estranhão, de Álvaro Magalhães e Carlos J. Campos, Porto Editora
«Fred, o Estranhão, é um rapaz de 11 anos, com um Q.I. acima da média, que conta a sua estranha vida (a família, a escola, os amigos, os amores), com palavras e desenhos, enquanto reflete sobre tudo o que o rodeia.
O seu grande desafio é viver uma vida normal, sem sobressaltos, e chega a fingir que é estúpido para não ser incomodado pelos que fingem ser inteligentes. Mas isso não é tarefa fácil para um Estranhão. Pois não?»
Nesta série de livros — depois da apresentação no volume inicial já foram publicados mais três (Socorro, a minha mãe está avariada!, Uma mosca na sopa e Acordem-me quando isto acabar) — o herói é Fred, um rapazinho de onze anos com uma inteligência superior à média das pessoas à sua volta e que, um pouco como a Matilda de Roald Dahl, o torna estranho aos olhos dos outros. Mais do que estranhão, Fred é sobretudo um rapaz curioso que adora questionar o que está à sua volta, o que nem sempre é bem-visto pelos outros.
A Dupla Terrível, de Jory John, Matt Barnett e Kevin Cornell (ilust.), Planeta
«Miles Murphy é conhecido por uma coisa, e só por uma coisa: é o melhor pregador de partidas que a escola dele alguma vez viu.
Portanto, quando é forçado a mudar-se com a mãe para Vale do Bocejo (sítio também conhecido por uma coisa, e só por uma coisa: as vacas), acha, naturalmente, que irá ser o melhor pregador de partidas da sua nova escola.
Mas há um problemazito: é que esta escola já tem um pregador de partidas. E que é bom. MUITO bom. Miles vai ter MESMO de se superar para voltar a ser o rei das partidas… Preparem-se, porque vai começar uma guerra épica!
Miles não conhece ninguém e está apreensivo no primeiro dia de aulas, mas decidido a continuar a ser o maior pregador de partidas da escola nova, como sempre fora na antiga.
Mas eis que, logo à chegada, se depara com uma partida MUITO grande, já pronta e montada…e da qual se torna o principal suspeito aos olhos do Director! Quem será o concorrente da escola de Vale do Bocejo capaz de arquitectar uma partida daquelas?»
Se um mestre pregador de partidas já consegue dar muitas dores de cabeça aos adultos — e provocar monumentais ataques de riso aos jovens leitores —, imaginem então o que podem DOIS mestres pregadores de partidas fazer…
Bem, o melhor mesmo é ler, e chorar de tanto rir.
O Frigorífico da Magui, de Lois Brandt e Vinn Vogel (ilust.), Booksmile
«A Sofia e a Magui vivem no mesmo bairro, brincam no mesmo parque e andam na mesma escola. Mas, enquanto o frigorífico da casa da Sofia está cheio, o da casa da Magui está vazio — completamente vazio.
A Sofia descobre que a família da Magui não tem dinheiro, e que é por esse motivo que tem o frigorífico tão vazio. A Sofia quer muito ajudar a amiga, mas como prometeu não contar a ninguém, vê-se perante um dilema: manter a promessa que fez, ou contar à mãe que a Magui precisa de ajuda.
Uma história que aborda temas bem atuais, como a pobreza e a fome, com extrema sensibilidade, e que nos mostra como a força da amizade pode ajudar a superar os momentos mais difíceis.»
Abordando uma questão infelizmente bastante actual e bastante comum, O Frigorífico da Magui é uma lição de amizade e solidariedade, que se torna ainda mais pertinente numa época como a do Natal, em que o consumismo e o materialismo desenfreado deturpam por vezes os valores humanos mais elementares.