Livros para as Férias Grandes… por Ana Ramalhete

Baleias na banheira, cabeças perdidas, histórias inventadas, poemas poesiados, dedos mágicos. Para ler, saborear e aproveitar as férias.

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A baleia, texto e ilustração de Benji Davies, editora Orfeu Negro

Noé, um menino que vivia com o pai e seis gatos, ao pé do mar, ao passear na praia depois de uma tempestade nocturna, encontrou uma baleia. Temendo pela sua sobrevivência, decidiu levá-la para casa, tomar conta dela e entretê-la com histórias e músicas. Contente com a sua nova companheira, o menino temia a reacção do pai, quando este chegasse,  ao final do dia. Como iria reagir?
Uma história sobre a amizade, a solidão e a relação pai/filho. Um álbum onde o texto que se lê se conjuga com aquele que se depreende, seja por palavras ou por imagens. Nestas,
a utilização das cores e os pormenores dos desenhos transportam-nos para um filme de animação.

Benji Davies além de autor e ilustrador é também realizador de animação. A baleia foi o seu primeiro livro de literatura para a infância. Com ele ganhou o Oscar’s First Book 2014.

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Eu quero a minha cabeça, texto e ilustração de António Jorge Gonçalves, editora Pato Lógico

Por vezes é preciso dizer não mas dizer sempre não pode fazer-nos perder a cabeça. Foi o que aconteceu a Céu, uma menina que adorava andar de baloiço e que ao responder ao pai NÃO com muita força, a sua cabeça saltou para uma montanha, longe do baloiço onde estava. Desejosa de recuperar a cabeça, Céu partiu para a montanha acompanhada por uma gaivota. Pelo caminho encontrou diversas cabeças que experimentou, como a cabeça-flor ou a cabeça-pedra, mas nenhuma lhe agradou pois era a sua a única que lhe servia, a única que queria. A viagem da menina continuou e, no coração da montanha, recuperou a sua cabeça, depois de ter conseguido passar por desafios inesperados, principalmente o último: descobrir a palavra mágica que a levaria de regresso a casa.
Uma história que aborda a vontade de dizer constantemente não, o desejo de teimar e a necessidade de utilizar outras palavras e outras atitudes que têm o poder de não nos fazer perder a cabeça facilmente. A força do traço e a intensidade da paleta cromática aquece-nos como se também estivéssemos envolvidos pelo calor da montanha e pelo seu coração generoso.

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O recado de Rosie, texto e ilustração de Maurice Sendak, editora Kalandraka.

Rosie é uma menina citadina que usa a imaginação para viver aventuras e acontecimentos emocionantes, com os seus amigos e vizinhos. Nas suas brincadeiras, inventam lugares e personagens que os transportam para outras realidades e os levam a experimentar variadas sensações e emoções. Um dia podem ser maravilhosas cantoras, poderosas dançarinas ou corajosos bombeiros, no outro incorporarem objectos, como foguetes às cores.
Ao escrever O recado de Rosie, Maurice Sendak inspirou-se na sua infância passada em Brooklyn,  numa criança que conheceu nessa época e pretendeu transmitir a importância da criatividade e da imaginação no universo infantil.
Para as expressivas ilustrações, Sendak escolheu três tons: rosa, azul e preto.

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Poesia-me!, texto de Álvaro Magalhães, ilustrações de Cristina Valadas, editora Asa

Poemas para amar. Palavras para sentir. Um livro atravessado pelo verbo poesiar, onde se fala da vida, do tempo, do amor, da natureza, de animais e da poesia.
As ilustrações de Cristina Valadas plenas de sensibilidade, delicadeza e movimento são imagens poéticas que acompanham as palavras poéticas.
Um livro para lermos e vermos e vermos e lermos, tantas vezes até ficarmos irremediavelmente poesiados.

Poesia-me!
Abre-me e lê-me.
Devagar e também furiosamente.
Como quem ama.
Em troca, poesio-te.

O que é isso?
Ficas em modo poético, digamos assim.
A partir daí, não respondo por mim.
Já caçaste uma alegria em pleno voo?
Oh, sim, tem que se lhe diga.
Já saboreaste um pedacinho de azul
Ou ouviste bater o coração de uma formiga?
Sabes quantos grãos de tudo
Há num grão de nada?
Já viste um pezinho de erva a crescer?
Já te aconteceu coincidires com o mundo,
Perfeitamente, sem estares a contar?
Pois tudo isso, e mais, pode acontecer
Se te poesiar.
(…)

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O dedo mágico, texto de Roald Dahl, ilustrações de Quentin Blake

A Rapariga não suportava caça. Fazia tudo o que estava ao seu alcance para impedir os seus vizinhos de matarem animais, por pura diversão. Um dia, ao ver chegá-los, pai e filhos, com um veado morto pendurado num pau, a Rapariga ficou zangada, furiosa e apontou-lhes o seu dedo mágico. E quando a Rapariga apontava o dedo mágico tudo podia acontecer, tudo se podia transformar…

Uma narrativa que convida à reflexão sobre o comportamento do homem na Terra e sobre a sua relação com os outros seres vivos, nomeadamente os animais. As histórias de Roald Dahl, para crianças, são sempre inesperadas, irreverentes e plenas de imaginação, apelando a uma secreta identificação do leitor. Quem não gostaria de ter um dedo mágico?

Como habitual nos livros deste autor, as características ilustrações, a preto e branco, são de Quentin Blake.

 

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