Category Archives: CATARINA ARAÚJO

10 livros adaptados a filmes com estreia em 2015

por Catarina Araújo

Tal como se fez no ano passado, também este ano compilamos uma lista dos livros infantis e juvenis adaptados ao cinema cujas estreias estão marcadas ao longo de 2015. Aqui fica o levantamento desses títulos, com as respetivas datas de lançamento previstas para Portugal.

Janeiro

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O Sétimo Filho (1 de janeiro)

Baseado nos dois primeiros volumes da série As Crónicas de Wardstone, escrita por Joseph Delaney, publicados por cá pela Editorial Presença com os títulos O Aprendiz do Mago e A Maldição do Mago. O livro conta a história de Thomas Ward, o sétimo filho de um sétimo filho, e por isso o eleito para suceder o último guerreiro de uma ordem mística que luta contra as forças do Mal. Tom terá de aprender a combater os espíritos, os fantasmas e outras criaturas maléficas. O Mago já teve muitos outros aprendizes, mas todos falharam, fugiram ou morreram. Será que Tom vai ser bem-sucedido? O seu primeiro grande desafio acontece quando a Mãe Malkin, uma bruxa malévola,  escapa da prisão em que estava encerrada e reúne um exército de assassinos sobrenaturais para tomar o mundo. O filme conta com atores como Ben Barnes (As Crónicas de Nárnia), Jeff Bridges e Julianne Moore.

Março

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Paddington (5 de março)

Adaptação da personagem infantil criada por Michael Bond, sobre um urso vindo do Peru, que anda com uma mala e adora sanduíches com doce de laranja, realizado por Paul King. O filme já estreou na Inglaterra com muito boas críticas. Nele participam atores como Hugh Bonneville (Downton Abbey), Sally Hawkins, Julie Walters e Peter Capaldi nos principais papéis. A voz de Paddington é a do ator Ben Whishaw, que participou em filmes como Skyfall e Cloud Atlas. Os títulos editados em Portugal, também pela Editorial Presença, são Um Urso Chamado Paddington e O Regresso de Paddington.

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Cinderela (19 de março)

Esta é mais uma adaptação ao cinema do conto clássico que teve versões escritas por Charles Perrault e pelos Irmãos Grimm. Produzido pela Disney, o filme é em imagem real e terá Lily James (Downton Abbey) no papel da «gata borralheira», Richard Madden (A Guerra dos Tronos), no papel de Príncipe, e Cate Blanchett, como a madrasta malvada. A realização é de Kenneth Branagh.

Há muitos livros editados com os contos de Perrault e os Irmãos Grimm, mas recomendamos Contos de Charles Perrault, da BIS – Leya, e Os Contos Completos dos Irmãos Grimm, do Círculo de Leitores.

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Insurgente (26 de março)

O filme baseado na segunda parte da saga Divergente, de Veronica Roth, chega Portugal em finais de março, e segue Beatrice Prior e Tobias e os seus amigos e aliados depois de terem escapado de um ataque perpetrado pelos Eruditos. Agora as fações encontram-se mais do que nunca divididas e, num clima de grande desconfiança, cresce a ameaça de uma guerra que poderá ser devastadora para todos. Nesta continuação, regressam Shailene Woodley, Theo James e Kate Winslet. Os livros estão publicados em Portugal pela Porto Editora.

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Home: A Minha Casa (26 de março)

A Dreamworks adapta o livro The True Meaning of Smekday, de Adam Rex, sobre uma menina de doze anos chamada Gratuity (Tip) que tem um trabalho de casa para fazer: escrever cinco páginas sobre o Verdadeiro Significado do Dia Smek para um concurso. O Dia Smek assinala o dia em que a Terra foi invadida por criaturas alienígenas que pretendem colonizar o planeta. Tip consegue fugir à captura pelos extraterrestres, mas na sua jornada acaba por aliar-se a um deles, uma criatura chamada Oh, banida pelos seus próprios pares. Juntos, Tip e Oh, descobrem que a amizade não tem fronteiras. O filme animado conta com as vozes de Rihanna, Jim Parsons (A Teoria do Big Bang), Jennifer Lopez e Steven Martin. O livro ainda não se encontra editado em Portugal.

Junho

Cidades de Papel (18 de junho)

Depois do sucesso da adaptação ao cinema de A Culpa é das Estrelas (ASA), o autor John Green vê mais um dos seus títulos ser transposto para o grande ecrã. Em Paper Towns (título original) Quentin Jacobsen e Margo Roth Spiegelman, vizinhos e amigos de infância, reencontram-se, retomando a amizade perdida. Margo consegue convencer Quentin a segui-la num esquema de vingança, mas pouco depois ela desaparece, deixando a Quentin uma série de pistas que ele terá de descodificar para a encontrar. Com Cara Delevingne (Anna Karenina, 2012) e Nat Wolff (A Culpa é das Estrelas) nos principais papéis. Cidades de Papel foi publicado em 2013 pela Editorial Presença. Os restantes livros do autor estão editados pela Edições ASA.

Julho

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Pan (16 de julho)

No verão chega mais uma interpretação cinematográfica baseada na obra Peter Pan, de J.M. Barrie, mas desta vez será uma espécie de história de origem de Peter e de como ele chegou à Terra do Nunca. A realização é de Joe Wright (Orgulho e Preconceito, 2005), com Levi Miller, Hugh Jackman, Rooney Mara e Amanda Seyfried nos principais papéis. A obra original de J.M. Barrie encontra-se editada por cá pela Europa-América.

Setembro

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Maze Runner: Provas de Fogo (17 de setembro)

Apenas um ano depois da estreia do filme baseado no best-seller de James Dashner, será lançado nos cinemas Provas de Fogo, a adaptação do segundo volume da trilogia. Thomas e os seus amigos conseguiram escapar do Labirinto, mas ainda procuram respostas. Aliando-se a um grupo de resistentes, preparam-se para combater a organização maléfica que os colocou naquele terrível labirinto. Porém, talvez o grupo a que se juntaram não seja exatamente aquilo que parece ser e talvez as provas não tenham, afinal de contas, terminado. Os livros estão publicados em Portugal pela Editorial Presença.

Outubro

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O Livro da Selva (8 de outubro)

No outono estreia nova adaptação ao cinema da obra de Rudyard Kipling. O filme será em imagem real, com direção de Jon Favreau (Homem de Ferro). Mogli será interpretado pelo estreante Neel Sethi, acompanhado pelas vozes de Scarlett Johansson, na pele de Kaa, Idris Elba, como Shere Khan, Ben Kingsley, como a pantera Baguera, e Bill Murray, como o urso Balu. Para leitura sugerimos a belíssima edição da Tinta da China, com ilustração de Kurt Wiese.

Novembro

Jogos da Fome: A Revolta – Parte 2 (19 de novembro)

A conclusão do terceiro volume da trilogia best-seller de Suzanne Collins estreia-se enfim nos cinemas em plena época do Natal. Regressam Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Julianne Moore, entre muitos outros. Neste último volume, Katniss Everdeen enfrenta a revolução que mudará Panem para sempre. O livro está editado pela Editorial Presença.

A ilha de todas as mentiras

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por Catarina Araújo

Cadence Sinclair pertence a uma família privilegiada que se esforça por exibir classe e defender os altos valores tradicionais. São todos lindos, loiros e atléticos. «Ninguém é criminoso», «Ninguém é viciado», «Ninguém é um fracasso», são as frases repetidas pela narradora, Cady, e com que os Sinclair se descrevem orgulhosamente, ostentando ainda lemas como «Nunca aceites um não como resposta» ou «Faz aquilo de que tens medo», como se fossem slogans essenciais para se atingir o estatuto de nobreza americana.

Todos os verões, a família Sinclair instala-se em Beechwood, a ilha privada do patriarca, perto de Martha’s Vineyard. Nessa ilha existe a casa principal, uma casa para os empregados, várias docas, praias e campos de ténis, e casas para as três filhas, Carrie, Penny e Bess. Cady é filha de Penny, e como primeira neta, suposta herdeira da ilha e da fortuna.

As três irmãs lutam entre elas pela atenção e pela fortuna do pai Harris, que está cada vez mais demente, após a morte da esposa, Tipper. Atormentadas pelos seus fracassos pessoais, entregam-se à bebida e à autocomiseração. As crianças mais pequenas apercebem-se do que se passa, mas vivem a sua inocência, enquanto as mais velhas sentem vontade de se rebelar, de se libertar dos lemas opressivos da família Sinclair.

É pois em Beechwood que se concentra a história efabulada dos «Mentirosos», um grupo composto pelos primos adolescentes Cady, Johnny, Mirren e por Gat Patil. Este último é sobrinho do namorado da tia Carrie. É um rapaz indiano, descrito como alguém de fora (e nunca muito bem aceite pelo patriarca), mas por quem Cady está apaixonada.

Os primos observam as discussões familiares cada vez mais duras e carregadas de rancores antigos e temem que os Sinclair caminhem para a autodestruição, como nos contos de fadas, com que Cady intercala a sua história. Os «Mentirosos» congeminam então um plano para reunir toda a gente em torno de algo em comum, na esperança de uma redenção coletiva.

Entretanto Cady sofre um acidente que lhe provoca uma lesão no cérebro, deixando-a com enxaquecas crónicas e incapacitantes. Uma outra consequência do traumatismo é amnésia. Cady não se lembra de nada do que aconteceu nesse verão, quando tinha quinze anos.

Passados dois anos, Cady regressa para passar o verão em Beechwood e descobre que algo na ilha mudou. Porém, a mãe e as tias estão cada vez piores. Ninguém na família lhe explica o que aconteceu e parecem viver todos em estado de negação, movido pelo tal esforço dos Sinclair em manter as aparências. Algo que acaba por corroê-los por dentro, tanto os adultos, como as crianças. Aos poucos, Cady vai montando o puzzle de certos acontecimentos que marcaram esse verão.

Ao longo da leitura vamos dando conta que nada daquilo que parece é e mais ou menos a meio começamos a descortinar que algo trágico aconteceu. A autora consegue extrair da personagem principal as sensações e os sentimentos de confusão, de medo, de dor, que afloram à medida que ela se vai confrontando com uma realidade que não é de modo nenhum confiável. Não se compreende muito bem porque é que aquele grupo de adolescentes é chamado de «Mentirosos», não nos é dado um contexto, porém a nuvem que envolve a família é tão densa que dá para entender a política de omissão, de secretismo que reina entre os Sinclair.

O estilo de escrita de E. Lockhart, metafórico e recortado, não agradará a todos. Em certos momentos somos confrontados com uma cena inesperada, que só com releitura se conclui ser uma metáfora. Por vezes é difícil distinguir o metafórico do literal.  Este estilo é magistralmente conseguido por Jandy Nelson (The Sky Is Everywhere; I’ll Give You The Sun) e em parte também por Tahereh Mafi (Shatter Me). A execução nesta obra, todavia, é infeliz e perturba a fluidez da leitura, sem lhe conferir a poética desejada.

Em relação ao enredo, que daria «pano» para personagens memoráveis, acaba por ser dececionante nesse aspeto. A única personagem que é desenvolvida e que apresenta conteúdo, para além de Cady, é Gat, com quem ela vive um breve romance. Os primos Johnny e Mirren são-nos descritos com palavras soltas. As tias, ou estão a discutir a divisão das casas e dos bens, ou estão a beber, ou vagueiam fantasmagoricamente pela ilha. A mãe de Cady limita-se a dizer-lhe o quanto a ama e que ela tem de descobrir o que se passou por si. Manter estas personagens à distância poderá ser intencional, mas mais uma vez a execução não é feliz, porque não se chega a criar empatia pela família, nem pelo desfiar da sua história.

A história como um todo é efetivamente cativante e a autora sabe conduzir o leitor com perícia pelas memórias fragmentadas de uma narradora cuja perceção da realidade se encontra deturpada, devido à doença que a afeta, à sua idade, e ao facto de ser, afinal de contas, uma Sinclair. A sensação com que se fica no final é intensa e perdurará por algum tempo, mesmo depois de fechado o livro.

Título: Quando Éramos Mentirosos
Autor: E. Lockhart
Tradução: Elsa T. S. Vieira
Editor: Edições ASA

Títulos natalícios

por Catarina Araújo

Nesta altura do ano é o cheirinho a canela pela casa, o odor a lenha queimada no ar, é canções com sininhos a dançar nos ouvidos, é estrelas no topo do pinheiro, o cintilar de luzes coloridas. Tudo aquilo que nos leve a entrar no espírito da época. Pois também há livros que podem ajudar a incorporar esse espírito que nos reúne à infância e nos leva de mãos dadas com os pequeninos. Aqui ficam cinco títulos muito natalícios.

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A Noite de Natal, de Sophia de Mello Breyner Andresen, Ilustr. Jorge Nesbitt, Porto Editora

«A consoada em casa de Joana é cheia de abundância e alegria. Contudo, a menina lembra-se do seu amigo Manuel, que nem vai ter presentes nem uma mesa farta nessa noite tão especial. Decide, por isso, ir ter com ele e dar-lhe o que recebeu. Guiada por uma estrela, Joana descobre, nessa noite, o verdadeiro Natal.»

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Uma Canção de Natal, de Charles Dickens, Ilustr. Roberto Innocenti, Kalandraka

«Na véspera de Natal, Ebenezer Scrooge, um velho homem de negócios londrino, amargo, avarento, implacável e desumano, recebe durante a noite a visita do fantasma do seu ex-sócio, Jacob Marley, e logo de seguida a dos Espíritos do Natal Passado, Presente e Futuro que despertarão nele, de forma terrificante, a consciência e o verdadeiro sentido da época…»

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Eu Sei Tudo sobre o Pai Natal, Aurélie Blanz, Nathalie Delebarre, Editorial Presença

«Iniciando-se com a frase «os crescidos dizem que…», este pequeno hino à figura do Pai Natal vem reforçar a sua existência e provar a todos os meninos que ele não só existe como continua a visitar todas as casas, ou melhor, aquelas casas que têm árvores de Natal, em cada ano que passa. As dificuldades enunciadas pelos adultos são rapidamente desconstruídas pelo menino protagonista desta história que encontra resposta para qualquer ideia feita. O importante é acreditar que realmente o Pai Natal existe e toda a tradição de que ele faz parte encontra significado na mentalidade dos pequenos leitores. As crianças são a prova viva de que a lenda perdura ao longo dos tempos e se mantém acima de todas e quaisquer contrariedades. Por isso, não vale a pena dizerem que o Pai Natal não existe quando todos sabem que isso não é verdade.»

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O Pai Natal Preguiçoso e a Rena Rodolfa, Ana Saldanha, Editorial Caminho

«É Dezembro. Na Lapónia, andam todos muito atarefados. O carteiro entrega as cartas, a secretária do Pai Natal, a rena Rodolfa, lê-as e procura as prendas pedidas nas prateleiras, as outras renas preparam-se para a grande corrida de Dezembro. Só o Pai Natal parece não ter pressas. Mas, quando estão já de partida, descobre-se que o provérbio de que o Pai Natal tanto gosta — «Devagar, que tenho pressa» — está mesmo certo. Do que é que a rena Rodolfa se foi esquecer?!»

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Como Funciona o Pai Natal! Pop-Up, Alan Snow, Civilização Editora

«O que sabemos ao certo sobre o Pai Natal? Como é que ele sabe o que queremos receber no Natal? Como consegue entregar os presentes todos? E o que faz depois do Natal? Há muitas outras perguntas que poderíamos fazer. Este espetacular livro pop-up responde a algumas delas. O autor e ilustrador pega nas eternas questões sobre a misteriosa – mas encantada figura – que é o Pai Natal, para criar cenários pop-up fabulosas e cheias de humor. Os extraordinários cenários pop-up de Como Funciona o Pai Natal! vão deslumbrar crianças e adultos.»

Um passeio pitoresco por uma memória de infância

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por Catarina Araújo

A família paterna de Catherine tem um sobrenome muito complicado, e como tem um sobrenome complicado, quando o pai foi pedir uma certidão de nascimento ao registo civil deixou-se convencer pelo funcionário – que não estava com tempo nem paciência para pedir que soletrasse o sobrenome – a simplificá-lo e assim ficou com o sobrenome Certitude, que quer dizer certeza, verdade, crença.

Encontramos Catherine Certitude já crescida, em Nova Iorque, com uma filha também já crescida, sua assistente na escola de bailado que dirige. Ela observa através da janela do seu apartamento, que fica em frente à escola, as alunas a descansarem dos exercícios. Entre essas alunas há uma que faz emergir uma memória antiga em Catherine. Essa menina tira os óculos para dançar, tal como ela fazia quando era pequena, pois «não se dança com óculos».

Tirar e pôr os óculos dividem-na em dois mundos. O primeiro é nítido, áspero, cheio de contornos, enquanto o segundo é suave e macio, como num sonho. Com os óculos é obrigada a ver o mundo como ele é, sem eles, pode sonhar.

Somos então transportados para trinta anos antes, em Paris, onde Catherine vivia com o pai no X.º bairro. A mãe mudara-se para Nova Iorque e esperava por eles lá, enquanto o pai resolvia «assuntos comerciais» com o seu sócio, com quem geria um armazém: o senhor Casterade, mais conhecido como o «chato». É um homem rígido, austero, com a mania das lições de moral e das catástrofes.

Numa cadência sem pressas, vamos acompanhando o dia-a-dia de Catherine antes de partir de Paris para Nova Iorque. Além do senhor Casterade, conhecemos a professora de dança de Catherine, Galina Dismaïlova, a amiguinha, Odile, os pais ricos e altivos de Odile.

É uma história simples, mas com personagens vincadas que conferem um retrato pitoresco àquelas memórias de infância. As ilustrações de Sempé, de cores pastéis, como que envoltas pelo nevoeiro das lembranças, ajudam a ilustrar esse passado que Catherine partilha connosco.

Quem procura uma história para ler não irá encontrá-la aqui. Não existe o arco típico das histórias juvenis, não encontramos aventura, nem mistério, nem suspense. Encontramos personagens, com as suas peculiaridades, vistas pelos olhos de uma mulher adulta que recorda um momento particular da sua infância. É como se tropeçássemos num pequeno capítulo de um grande livro que está a ser escrito. Apanhamos apenas um vislumbre das pequenas verdades que Catherine rememora, com e sem os óculos postos.

Um livro terno, poético, de uma simplicidade reconfortante.

Título: A História de Catherine
Autor: Patrick Modiano
Ilustração: Sempé
Tradução: Álvaro Manuel Machado
Editor: Editorial Presença

Transformar o medo em palavras e em atos de coragem

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por Catarina Araújo

A Gailivro tem uma coleção chamada «O mundo à minha volta», que reúne histórias de autores portugueses sobre os mais variados temas, desde a segurança ferroviária, à tolerância, à descriminação, e à importância de se ter bons hábitos alimentares. Uma questão de azul-escuro, de Margarida Fonseca Santos e ilustrado por Sandra Serra, aborda o tema do bullying.

O livro lê-se de um trago e é perfeito para leitura em conjunto entre pais e filhos. Também pode ser lido em situação de sala de aula de primeiro ciclo, mas só se for num contexto de grande proximidade, em que as crianças estejam à vontade, sentadas em almofadas no chão e a professora ou educadora no meio delas, pois é um assunto delicado que requer bastante tato, sensibilidade e, claro, bom senso.

A história passa-se numa aula de Educação Física em que, depois do exercício, a professora Susana sugere a todos os alunos que tirem a roupa em excesso, pois está muito calor. Luís usa um fato de treino demasiado quente para a época e mesmo assim recusa-se a tirá-lo. A professora estranha aquela atitude e tenta ajudá-lo, mas logo percebe que qualquer coisa se passa. Acha-o triste e com medo. Quando lhe tira a camisola verifica porquê: Luís tem manchas azuis escuras nos braços. Nódoas negras, frescas, bem recentes.

Em vez de o encher de perguntas como se de um interrogatório se tratasse, a professora Susana convida-o a sentar-se à sombra, calmamente, enquanto as outras crianças são encaminhadas para as aulas.

Num ambiente sossegado, com muita paciência e atenção, a professora conta a Luís uma história com que ele se identifica e isso ajuda-o a contar por sua vez à professora o que lhe aconteceu, como fez aquelas nódoas negras. Ficamos pois a saber que Luís foi vítima de bullying. Uns rapazes mais velhos agrediram-no na rua com violência.

A professora Susana envolve depois os pais e os colegas da turma na conversa, com a ajuda de um agende da Escola Segura. É nessa conversa, na sala de aula, que a professora se apercebe de que há mais crianças a serem vítimas dos jovens que agrediram Luís. O importante é o diálogo que se desenvolve, apesar do medo de represálias. Os adultos asseguram um ambiente estável, respondem às dúvidas, confortam-nos dizendo-lhes que é perfeitamente normal tudo aquilo que sentem. Aproveitam também para despertar nelas a consciência social. Ao ser-lhes dada a oportunidade de pensarem e de debaterem umas com as outras, as crianças chegam a uma conclusão: é necessário denunciar a violência para que não aconteça o mesmo a outras pessoas. A professora desafia-as a encontrar soluções para se prevenir aquele tipo de situações. Juntos pensam em frases para um folheto a ser distribuído na escola.

Uma maneira muito construtiva de abordar este tema tão difícil como complexo. É um livro que pode ajudar adultos e crianças a lidarem com este tipo de casos, estejam eles no lugar das vítimas ou no das testemunhas.

Seria interessante pensar também num livro sobre o agressor para esta coleção da Gailivro. Porque a maior parte das vezes os agressores, aqueles que praticam o bullying, também são vítimas de violência, física e/ou psicológica, e a sua vilificação não permite talvez que recebam a ajuda de que precisam para se reabilitarem. A questão é por certo complicada, mas seria uma maneira de expor os dois lados da história, pois nem tudo é preto e branco, e as crianças também devem aprender isso.

Outros títulos da coleção:
A Melhor Condutora do Mundo, de António Mota
O Meu Amigo Zeca Tum-Tum, de José Fanha
A Árvore dos Rebuçados, de Rosário Alçada Araújo
Querer, Ser, Ter, Poder, Dever: O Que Fazer?, Ana Nobre de Gusmão
A Pior Amiga, Fernando Carvalho

As escolhas de Natal de… Catarina Araújo

É quinta-feira, penúltimo dia, penúltima lista de sugestões de livros para oferecer no Natal. Um livro é um presente que se pode desembrulhar várias vezes e de várias maneiras, porque não é só tirar o papel de embrulho e já está. É preciso abri-lo, explorá-lo, descobrir-se lá dentro, como poderão verificar pelos títulos sugeridos.

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Poemas da Horta e Outras Verduras, Manuela Leitão e Marta Monteiro, Máquina de Voar

«Será que podemos fazer ou, mesmo, ler poemas sobre um nabo ou uma abóbora-menina?… Claro que sim. Aqui, acima de tudo, brinca-se. Com palavras, com poemas, com histórias. Por acaso — ou não será assim tão por acaso? —, as personagens são da horta, mas poderiam ser outras. E até tu podias entrar neste livro… ou eu, ou os teus amigos ou os meus vizinhos. Com tudo o que nos define. Com as nossas alegrias e tristezas, com as nossas qualidades e defeitos, com os nossos desejos e os nossos sonhos. São, sobretudo, pequenas histórias que acontecem todos os dias. Para as descobrires, só tens de estar atento… e ter alma de poeta!»

Porquê? Poesia e verduras, tudo num, transformando a horta num espaço de descoberta através da rima. Um livro que convida à leitura conjunta, a momentos de cumplicidade entre pais e filhos, que tem algo a ensinar, muito mais do que apenas versos.

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Lá Fora, de Maria Ana Peixe Dias, Inês Teixeira do Rosário e Bernardo P. Carvalho, Planeta Tangerina

«Mesmo que moremos numa grande cidade, existe sempre natureza lá fora: nuvens e estrelas, árvores e flores, rochas e praias, aves, répteis ou mamíferos.  O que esperamos então? Saltemos do sofá e iniciemos a exploração! Criado com a colaboração de uma equipa de especialistas portugueses, este livro pretende despertar a curiosidade sobre a fauna, a flora e outros aspetos do mundo natural que podem ser observados em Portugal. Inclui também propostas de atividades e muitas ilustrações, para ajudar toda a família a ganhar balanço, sair de casa e descobrir – ou simplesmente contemplar – todo o mundo incrível que existe “Lá fora”.»

Por que razão? Um verdadeiro guia que convida à exploração, à descoberta e ao questionamento, numa edição cuidada, cheia de pormenores cativantes, com informação útil, sem ser demasiado expositiva ou maçuda. Um livro que mal fechamos, queremos voltar a abrir, mas não sem antes ir passear um bocadinho com as crianças e ver de perto todas aquelas coisas divertidas e interessantes que se descobriram «lá dentro».

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Milagre, de R.J. Palacio, ASA

«August nasceu com uma deficiência genética que faz com que o seu rosto seja completamente deformado. Quando nasceu os médicos não tinham esperança de que sobrevivesse, mas sobreviveu. Vários anos e muitas cirurgias depois, August vai, aos 10 anos, enfrentar o maior desfio da sua vida. A escola. Contado a várias vozes, é uma história emotiva das dificuldades que tem de superar uma criança com uma terrível deformação e um relato do milagre que é a vida.»

Pourquoi? É um livro que desperta para a crueza do preconceito e que ajuda a compreender os diferentes pontos de vista de quem lida com alguém «diferente», encorajando o leitor a não ser tão duro consigo próprio e com os outros, e a ser mais tolerante. Aprendemos também que os gestos mais pequenos podem ter um grande significado. Perfeito para abrir os horizontes, tanto de crianças, como de adultos.

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Pippi das Meias Altas, de Astrid Lindgren, Booksmile

«A Pippi das Meias Altas está de volta, e continua engraçada, arisca e incrivelmente forte!
O Tomás e a Anita estão fascinados pela sua nova vizinha, que vive sozinha, acompanhada apenas do seu cavalo de estimação e de um macaco, o Senhor Nelson. Os dois irmãos rapidamente percebem que ela é uma menina mesmo peculiar: ninguém lhe diz o que deve fazer, está sempre metida em sarilhos e peripécias, faz os seus próprios biscoitos e é mais forte do que qualquer outra pessoa do mundo. Ela é a Pippi das Meias Altas. Vais adorar conhecê-la e viver as suas aventuras extraordinárias! A acompanhar o texto original, estão as soberbas ilustrações da premiada artista Lauren Child.»

Warum? Os miúdos vão divertir-se muito com esta história, pois mostra, por um lado, como é bom brincar, sem levar a vida demasiado a sério, mas por outro, como é importante ter uma família que cuida, que dá amor, carinho e estrutura.

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Mary Poppins, de P. L. Travers, ilustrações de Susana Oliveira, Relógio D’Água

«Jane e Michael não gostavam da sua antiga ama. Também não tinham a certeza de ir gostar da nova: Mary Poppins. Rapidamente mudaram de ideias quando a viram deslizar pelo corrimão acima – e retirar de seguida várias coisas empolgantes de um saco de alcatifa vazio. Agora a única preocupação deles é que ela não parta, pois Mary Poppins apenas prometeu ficar “até que os ventos mudem”.»

¿Por qué? Trata-se de um clássico, que teve uma adaptação ao cinema pela Disney, com Julie Andrews no papel principal. É um passeio pela fantasia enquanto transmite uma mensagem sobre a família e de como é importante não esquecer que os momentos mais significativos são aqueles em convivemos com as pessoas que mais amamos. 

Uma coleção para ajudar a «Crescer com Pinta»

por Catarina Araújo

A coleção Crescer com Pinta, da editora Arteplural, surgiu de uma ideia conjunta da equipa Mindkiddo – a equipa especialista em saúde infantojuvenil da Oficina de Psicologia –, como um projeto de ajuda para pais, professores, educadores e profissionais de saúde, centrado em diversos problemas comportamentais e psicológicos manifestados pelas crianças e com que os pais e educadores nem sempre estão inteiramente equipados para lidar.

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«O trabalho clínico diário com crianças e famílias e a formação adquirida continuamente na área permitiu perceber que existem algumas áreas com necessidade de ferramentas e estratégias para as crianças e os seus educadores.», conta-nos a coautora do primeiro volume É Tão Bom Fazer Amigos, Inês Afonso Marques. «Paralelamente, reconhecemos nos livros uma extraordinária ferramenta de comunicação e partilha para adultos e crianças. Sabemos que os livros ajudam as crianças num conjunto de dimensões, que para nós nos ajudaram a construir a coleção.»

Os pontos fundamentais relevantes para a construção do livro foram ajudar a criança a sentir-se compreendida e a tranquilizar-se, ao identificar-se com a história escrita no livro, o que lhe permite pensar que mais meninos sentem o mesmo, que não é a única; desenvolver uma forma lúdica para que as crianças pudessem aprender, consciencializar-se e desenvolver-se emocionalmente, proporcionando a interação entre a criança e quem explora com ela o livro, sejam os pais, os avós, os educadores.

O objetivo é que as crianças consigam desenvolver as suas competências sociais com a ajuda dos adultos que as acompanham.

Inês Afonso Marques faz, no entanto, uma ressalva: «É um livro que não é exclusivo para crianças tímidas; é para todas as crianças, uma vez que a tarefa de socialização e integração num grupo de pertença é essencial para o seu desenvolvimento e crescimento enquanto pessoa.»

«A vertente prática do livro, com exercícios, questões e pequenas estratégias e o boneco destacável que permite à criança treinar os exercícios, é uma característica bastante importante deste livro», explica-nos Inês, «uma vez que a criança sentir-se-á mais capaz na tarefa de socialização com os seus pares, não sendo a criança o problema, mas colocando-o fora de si, o que lhe dá a capacidade de lidar com maior facilidade com o mesmo».

O ilustrador Alexandre Esgaio, cuja formação original é em Psicologia, também aderiu logo ao projeto, e, no lançamento do primeiro livro, mencionou que tinha gostado particularmente de participar, porque lhe permitiu «voltar» à Psicologia, contou-nos a editora, Joana Neves.

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O segundo volume, Agora Tenho Duas Casas, centra-se no divórcio e já se encontra nas livrarias.

Quanto ao primeiro «foi bem recebido, apesar das dificuldades que este tipo de livros normalmente apresentam. São dirigidos a pais e educadores, mas são ao mesmo tempo livros infantis, ou seja, destinados a serem lidos pelas crianças, ainda que acompanhadas pelos pais.», revela Joana Neves.

Inês Afonso Marques confirma: «A receção ao livro tem sido bastante positiva, quer dos pais que nos procuram e que partilham as suas experiências, ou que retiram dúvidas sobre o tema do livro, como por técnicos, como dos psicólogos, educadores e professores, que o valorizam por ser um instrumento de trabalho, individual ou em grupo, bastante útil.»

A coleção será constituída ao todo por seis livros.

O lançamento de Agora Tenho Duas Casas está marcado para este sábado, dia 22 de novembro, às 16h30, na Livraria Bertrand do Picoas Plaza. Contará com a presença da autora, Lúcia Bragança Paulino, do ilustrador, Alexandre Esgaio, e será apresentado pela psicóloga Maria do Rosário Dias.

Livros para pequenos cientistas

À pergunta «o que é que queres ser quando fores grande» muitas crianças respondem médico, veterinário, astronauta, inventor ou até cientista louco. É claro que ao longo do seu crescimento vão mudando de ideias, mas por vezes o bichinho está lá e mantém-se, precisando apenas de ser estimulado e encorajado. Mesmo aquelas que perdem o interesse por essas profissões, é sempre bom promover logo desde a infância o gosto pela ciência. Há muitos livros que exploram diversos temas de uma forma apelativa e interessante. Aqui ficam algumas sugestões.

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Espreita a Ciência, de Alex Fritz e Colin King, Porto Editora

«De que é feito o Universo? Qual é a origem da vida? Qual é a parte mais pequena em que se pode dividir a matéria? Há milhares de anos que os cientistas estudam estes e outros mistérios. Este livro revela algumas das coisas maravilhosas que eles têm vindo a descobrir. Inclui mais de 50 abas para levantar.» A coleção Espreita da Porto Editora tem muitos outros livros dedicados ao Espaço, ao estudo do Cérebro, o Planeta Terra, etc. Ver aqui.

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O Meu Primeiro Livro de Astronomia, Jamie Jobb, Gradiva

«Não tens sono? Bom, então apaga as luzes, sai de casa e não te esqueças de levar este livro debaixo do braço! Ele vai ajudar-te a descobrir as maravilhas do céu nocturno e ensinar-te como podes orientar-te pelas estrelas, mesmo perdido no meio do mar. Aprende tudo sobre as constelações do zodíaco, a Lua, os planetas do sistema solar e todos os outros corpos celestes que podem ser observados à noite. Com objectos que certamente tens em casa, descobre como construir um astrolábio, um relógio de sol e outros instrumentos que ajudaram os povos antigos. Lembra-te de que a luz das estrelas é sempre a única coisa que pode avistar-se quando se olha em qualquer direcção do espaço. Com este livro por companheiro, vais querer vertamente ficar acordado toda a noite a desvendar os mistérios do céu…»

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Caderno de invenções – Leonardo da Vinci,  de Jaspre Bark, David Hawcock e David Lawrence, EdiCare

«Este livro é uma réplica autêntica e primorosa de algo que, se não existiu, devia ter existido… o caderno de apontamentos de Leonardo da Vinci. O texto, as ilustrações e os engenhosos modelos tridimensionais foram desenhados a partir das suas próprias anotações e esboços. O cuidado posto nesta recriação vem dar vida às notáveis e muitas vezes proféticas invenções de Leonardo, captando o génio de um homem muito à frente do seu tempo.»

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O Grande Livro dos Habitats Naturais, de Jerry Cadle e Clive Gifford, Edições ASA

«Constituindo um fascinante retrato da vida na Terra e uma importante chamada de atenção para as nossas responsabilidades relativamente à protecção do planeta em que habitamos, O Grande Livro dos Habitats Naturais é profusamente ilustrado com mais de 200 espectaculares fotografias a cores, complementadas por mapas e gráficos de fácil leitura. Apresenta um texto vivo e informativo, e inclui uma secção final de consulta, com informação factual diversificada, um glossário e um índice remissivo.»

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O que é isto da Biologia?, Texto Editores

«Porque te deixam quente as constipações? Porque são verdes as plantas? O que é a evolução? Como começa a vida? De que são feitos os seres vivos? O que é um ecossistema? Como funciona o nosso corpo? De que modo funcionam as células? O que são vírus e bactérias? Como é que o organismo combate os micróbios? Entra no mundo fantástico da biologia para ficares a conhecer as respostas a estas e muitas outras perguntas sobre o mundo que nos rodeia.» Esta coleção tem ainda outros livros dedicados à Física e à Química, por exemplo. Ver mais aqui.

Haverá muitos outros livros que poderão despertar o gosto pela ciência nos mais pequenos, é uma questão de visitar uma livraria e investigar as prateleiras, como um verdadeiro explorador.

Afinal o que devem ler os adolescentes?

por Catarina Araújo
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(c) CORDON PRESS

Recentemente o jornal El País lançou uma pergunta que ainda não tinha sido feita e que dá uma nova dimensão ao debate sobre o que devem mesmo os jovens ler:  «¿Deberían los adolescentes leer literatura juvenil?». A questão que se tem colocado nos últimos tempos é se os adultos deveriam ler literatura para adolescentes, mas agora o que se pergunta é se os adolescentes deveriam ler literatura juvenil. Estão naquela idade entre a infância e a idade adulta em que se corre o risco de infantilizá-los demasiado ou de lhes exigir uma maturidade que ainda não têm, pelo que surge a dúvida se deixá-los ler livros juvenis não será manter essa dubitabilidade em vez de os ajudar a «crescer» e a entrar na fase adulta. É um debate legítimo. A resposta, contudo, é simples (mas de maneira nenhuma simplista) – tudo depende do leitor e do livro. Os adolescentes não são todos iguais nem os livros juvenis são todos iguais. Impedir que os jovens leiam aquilo que lhes agrada simplesmente porque os adultos acham que é demasiado infantil para eles pode deixá-los inseguros quanto às suas escolhas e fazer com que deixem de gostar de ler.  Por outro lado, como já foi debatido noutros artigos, uma orientação e um acompanhamento são essenciais, não com o objetivo de estabelecer limites, mas de ajudar a abrir horizontes, a expandir as escolhas, a conhecer outras perspectivas. Há uma diversidade tão grande de livros juvenis que aliam entretenimento com conteúdo relevante que seria redutor avaliá-los apenas por serem destinados às crianças, como se isso significasse automaticamente que essas histórias não têm profundidade capaz de formar e desenvolver o caráter e a intelectualidade de um adolescente. O artigo do El País, embora resvale um pouco para a questão do Young Adult, apresenta diversas perspectivas que interessa explorar. É por aqui.

Goodreads Choice Awards 2014 – Os melhores do ano

por Catarina Araújo

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Já estão abertas as votações para os melhores livros do ano na rede social de livros Goodreads. As categorias mais importantes para nós são as destinadas aos livros para crianças e jovens. São quatro as categorias: Young Adult Fiction, Young Adult FantasyMiddle Grade & Children’s e Picture Books.

Entre os nomeados de Young Adult Fiction encontra-se Quando Éramos Mentirosos, de E. Lockhart, editado em Portugal pela ASA. To All The Boys I’ve Loved Before, de Jenny Han, é outro nomeado e está editado no nosso país pela Topseller, com o título A Todos os Rapazes Que AmeiIsla and The Happily Ever After, de Stephanie Perkins, também está nomeado. Trata-se de uma trilogia, cujo primeiro volume da série foi lançado pela Quinta Essência em 2013 com o título Ana e o Beijo Francês.

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Na categoria de Young Adult Fantasy temos editados em Portugal o primeiro volume da série A Seleção, de Kiera Cass, publicado pela Marcador; Cinder e Scarlet, de  Marissa Meyer, pela Planeta; os livros da série Instrumentos Mortais, de Cassandra Clare, também pela Planeta; e o primeiro volume de O Lar da Senhora Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs, trazido até nós pela editora Contraponto.

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Nos nomeados da secção de Middle Grade & Children’s, encontra-se o nono volume da série O Diário de Um Banana, de Jeff Kinney, editada em Portugal pela Booksmile; um livro da saga Os Heróis do Olimpo, de Rick Riordan, cuja editora portuguesa é a Editorial Planeta; e O Diário de Uma Totó, de Rachel Renée Russel, publicado por cá pela Gailivro.

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Por fim, na categoria de Picture Books, está nomeada uma obra de Mo Willems, de quem a Orfeu Negro publicou recentemente o livro Leonardo, O Monstro Terrível.

Para votar é ir aqui.