Este mês a revista Fábulas comemora cinco anos de existência. Nos últimos meses, a atividade tem sido mais reduzida, mas ainda por cá estamos, ansiosos por retomar, por continuar a trazer artigos e novidades sobre o mundo dos livros para crianças. Ao longo destes cinco anos muitos foram os nossos visitantes. Já são mais de trezentos mil. De Portugal ao Brasil, de Espanha aos EUA. Muito obrigado a todos aqueles que nos procuram e que nos leem, esperamos continuar a publicar muitos e bons artigos nos próximos cinco anos!
#23 Uma história por dia…: «Não abras este livro»
Todas as noites, a rotina é a mesma: lavar os dentes, banho, cama. Espera, espera! Antes de ir para a caminha, há sempre uma história para contar. Ou duas, ou três… O filhote pede, a mãe acede. Na outra noite, lemos o livro Não abras este livro.
Quando vi este livro à venda, não resisti a comprá-lo para o Tiago. Um livro que dá ordens às quais vamos desobedecer? E os pais autorizam que a gente desobedeça? E ainda nos rimos todos com isso? É claramente a cara do meu filho.
E não me enganei. Ele adorou a história de tal forma que tivemos de ler o livro 3 vezes na mesma noite. Ri-se a bandeiras despregadas, por vezes nem espera que eu acabe de ler as frases tal a excitação de virar a página e ver o que lhe dizem na página a seguir. É malandrice a 100%, é uma animação, é um livro que cria uma interação única com o leitor e que ganha imenso em ser lido com entoações, volumes e gestos adequados à história.
Uma única personagem, um leitor e uma ordem simples que nunca é cumprida podem render infindáveis momentos de diversão. Tal como quando dei com o meu filho de 3 anos, sozinho do quarto, a “ler” esta história para si.
Não abras este livro
Autor: Andy Lee
Ilustrações: Heath McKenzie
Editora: Jacarandá Editora
#22 Uma história por dia…: «O Cuquedo e um amor que mete medo»
Todas as noites, a rotina é a mesma: lavar os dentes, banho, cama. Espera, espera! Antes de ir para a caminha, há sempre uma história para contar. Ou duas, ou três… O filhote pede, a mãe acede. Na outra noite, lemos o livro O Cuquedo e um amor que mete medo.
Depois de termos conhecido o Cuquedo há duas semanas, eis que continuamos a acompanhar as suas aventuras. Desta feita, no meio da selva, andam todos apaixonados e o Cuquedo decide que também quer encontrar uma namorada. Mas quem quiser ser namorada do Cuquedo terá de saber assustar. Será que as fêmeas da selva são boas pretendendes?
Num ritmo muito dinâmico, quase ao jeito de lengalenga, em rima, a história vai-se desenrolando ao estilo da Carochinha, com o Cuquedo a receber uma lista de diferentes pretendentes, o que nos permite ir apresentando diferentes animais e os sons que eles fazem aos jovens leitores. Com ilustrações ainda mais ricas, também aqui a interação com as crianças se propicia, pedindo-lhes que encontrem o Cuquedo no meio da vegetação. E o final, o final é, bem ao estilo do Cuquedo, surpreendente e assustador.
Sem dúvida, um livro para ler e reler e recitar mesmo quando não o estamos a ler, para fazer a delícia de miúdos e graúdos.
O Cuquedo e um amor que mete medo
Autor: Clara Cunha
Ilustrações: Paulo Galindro
Editora: Livros Horizonte
#21 Uma história por dia…: «O Cuquedo»
Todas as noites, a rotina é a mesma: lavar os dentes, banho, cama. Espera, espera! Antes de ir para a caminha, há sempre uma história para contar. Ou duas, ou três… O filhote pede, a mãe acede. Na outra noite, lemos o livro O Cuquedo.
O que é um Cuquedo? Pois que ninguém sabe, mas é daqueles livros de que toda a gente diz bem. Curiosos, lá fomos ler e descobrir que “o Cuquedo é muito assustador, prega sustos a quem estiver parado no mesmo lugar”, razão pela qual os animais andam todos em debandada pela selva, num atropelo constante, toldados pelo medo de algo desconhecido.
A cadência repetitiva, os diálogos simples, a ideia de movimento sempre presente, a par das ilustrações lindíssimas do Paulo Galindro, fazem deste livro uma emoção em crescendo, sempre a aumentar o mistério em torno do Cuquedo. Até que, de repente, um final surpreendente e muito assustador (pelo menos para os animais) espreita. E é gargalhada pela certa lá por casa, onde, à semelhança do Cuquedo, há um menino que adora pregar sustos e dizer “Buuuuuu”.
Ainda assim, é sempre uma ótima ocasião para explorar a noção dos medos e do desconhecido, ajudando a criança a desconstruir receios através do humor. E perceber que todas as críticas positivas a este livro são merecidas.
O Cuquedo
Autor: Clara Cunha
Ilustrações: Paulo Galindro
Editora: Livros Horizonte
Autor de «O Diário de um Banana» receia que as crianças estejam a perder a capacidade de conversar
Tudo por causa da tecnologia. «Quando vou de carro com os meus filhos para algum lado, eles ficam agarrados ao telemóvel. É estranho conduzir com toda a gente agarrada ao telemóvel», conta Jeff Kinney, autor da série juvenil de sucesso «O Diário de um Banana», editada em Portugal pela Booksmile, numa entrevista dada ao The Telegraph.
Jeff Kinney receia que, por causa da proliferação do uso do telemóvel entre as crianças, estas estejam a perder a capacidade de ter uma conversa entre elas e com os adultos. As conversas sucedem-se por meio de mensagens, com palavras incompletas, quase reduzidas ao mínimo. «Somos todos complacentes», afirma o autor, «como pais também».
A forma como as crianças comunicam alterou-se radicalmente nas últimas décadas e isso pode estar a afetar a forma como estes futuros adultos se socializam e se integram na socidade. «É quase impossível escrever sobre a infância sem mencionar telemóveis e mensagens eletrónicas.», admite Kinney. Ainda assim, o autor planeia continuar a escrever muitas mais histórias de Greg. Em novembro, sairá o 13.º título da série, ainda sem título.
Leia artigo completo aqui.
#20 Uma história por dia…: «Toca e sente do bebé – Parabéns»
Todas as noites, a rotina é a mesma: lavar os dentes, banho, cama. Espera, espera! Antes de ir para a caminha, há sempre uma história para contar. Ou duas, ou três… O filhote pede, a mãe acede. Na outra noite, lemos o livro Toca e sente do bebé – Parabéns.
A primeira música que o Tiago aprendeu a cantar de fio a pavio foi os Parabéns. Ainda hoje, adora cantar a música, adora bolos de anos, adora festas, tudo o que esteja associado a aniversários e festas de anos. Por isso, este livro, embora seja mais adequado para bebés, continua a saltar da prateleira de vez em quando. Com folhas grossas, imagens muito coloridas e apelativas, cores e texturas diversas que captam a atenção de qualquer um, este é um livro cheio de brilho e animação. Um livro que se adequa ao conceito festivo dos Parabéns.
Um livro que permite aos mais novos estabelecerem um primeiro contacto com esta temática e aos mais velhos continuarem a usufruir dela – principalmente quando o Tiago abre o livro na página do bolo de anos, canta os parabéns para si mesmo e sopra as velas no final. Entre rapaz e livro, como se costuma dizer, fazem a festa, atiram os foguetes e apanham as canas!
Toca e sente do bebé – Parabéns
Editora: Texto Editores
#19 Uma história por dia…: «Toca e sente os animais»
Todas as noites, a rotina é a mesma: lavar os dentes, banho, cama. Espera, espera! Antes de ir para a caminha, há sempre uma história para contar. Ou duas, ou três… O filhote pede, a mãe acede. Na outra noite, lemos o livro Toca e sente os animais.
Apesar de estar cada vez mais crescido, de vez em quando o Tiago ainda vai buscar os livros mais antigos, mais “à bebé”, que ainda povoam as suas estantes. É o caso deste Toca e sente os animais, um livro de folhas grossas, de cartão, que em cada página apresenta um animal diferente, com texturas para sentir e explorar.
São imagens e palavras simples, que permitem à criança tomar conhecimento do mundo que a rodeia, identificar o cão macio, o gato suave, a ovelha fofinha… Para um bebé, é a descoberta do mundo dos animais, para uma criança mais velha, como o Tiago, é o libertar da imaginação: inventar histórias para cada animal, cantar uma canção que tenha um cão ou um gato ou um coelho, sentir as texturas e transpô-las para a realidade… Enfim, a simplicidade do livro permite-nos fazer dele aquilo que quisermos. E o Tiago e a sua mamã querem sempre tanto.
Toca e sente os animais
Editora: Porto Editora
#18 Uma história por dia…: «Não quero mais abraços»
Todas as noites, a rotina é a mesma: lavar os dentes, banho, cama. Espera, espera! Antes de ir para a caminha, há sempre uma história para contar. Ou duas, ou três… O filhote pede, a mãe acede. Na outra noite, lemos o livro Não quero mais abraços.
Mais um livro delicioso, mas este na categoria dos livros fofinhos. Fofinhos como o Bernardo, um monstro da floresta que está sempre a ser abraçado por todos os animais. Faça o que fizer, o Bernardo é fofinho e todos querem um abraço seu. Mas o Bernardo está farto de abraços e vai tentar mil formas de se esquivar.
Com ilustrações amorosas, uma história simples e agradável, um desfecho imprevisível e que nos faz sorrir, este livro é adequado a todas as idades e é ótimo para leitura antes de dormir. Que o diga o Tiago, que adora o Bernardo, mas que também percebe porque é que tantos abraços cansam – afinal, esta pode ser uma história para mostrar o quão chato pode ser demasiada atenção e abrir uma janela para as crianças pensarem um pouco sobre os seus próprios comportamentos. E, depois de todos pensarmos um pouco, está na hora do abraço de boa noite da mamã. Esse, nem o Bernardo recusa!
Não quero mais abraços
Autor: Jane Chapman
Editora: Minutos de Leitura
#17 Uma história por dia…: «O Capuchinho»
Todas as noites, a rotina é a mesma: lavar os dentes, banho, cama. Espera, espera! Antes de ir para a caminha, há sempre uma história para contar. Ou duas, ou três… O filhote pede, a mãe acede. Na outra noite, lemos o livro O Capuchinho.
E o que dizer deste livro? Primeiro, que a mãe se fartou de rir com esta incrível e surpreendente história do Capuchinho Vermelho, uma menina cheia de recursos e que não precisa de ser salva. O que é uma pena para o lobo.
Segundo, que as ilustrações, a escolha de cores, a forma como a história está contada é deliciosa, mostra-nos tudo sem ter de explicar palavra por palavra, tornando-se assim uma leitura ainda mais apetecível.
Terceiro, que, claramente, ainda é uma história um bocadinho avançada, em termos de conteúdo, para uma criança de dois anos e meio. Ou melhor, aquilo que o Tiago não apreende, eu também não explico, evitando assim, em tão tenra idade, ter de explicar porque é que o lobo quer comer a avó e o Capuchinho e outras coisas do género que não vos posso dizer aqui, para não tirar o prazer de ler esta história.
Porém, o facto de não perceber o intuito mortal do lobo (a sua índole de caçador, o destino das suas vítimas, etc.), a verdade é que este tem sido um livro vencedor lá em casa, com o Tiago a querer lê-lo todas as noites. E, aqui, o mérito é todo da Bethan Woollvin. Acredito que daqui a uns bons anos, este continuará a ser um livro que nos vai proporcionar, a mim e ao meu filho, tremendas gargalhadas!
O Capuchinho
Autor: Bethan Woollvin
Editora: Edicare Editora
A livraria The Little Bookshop, Inglaterra
Aberta apenas há alguns meses, no coração da cidade de Leeds, no norte de Inglaterra, esta livraria infantil e juvenil destaca-se pela sua cor arroxeada e pelas letras de estilo clássico na fachada. A livraria organiza diversas atividades para os pequenos leitores. Lá dentro existe também um café, com menus para o pequeno-almoço e o almoço. Uma livraria encantadora tanto para miúdos, como para graúdos.
Saiba mais sobre a livraria em www.thelittlebookshopleeds.co.uk

