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Livros infantis de Julie Andrews adaptados a televisão

veryfairyprincess Julie Andrews encantou muitas crianças como a ama mágica Mary Poppins, que dava uma colher de açúcar para ajudar a tomar o remédio, e como Maria, em Música no Coração, com a sua voz doce e a sua alegria contagiante. Mas não foi só no cinema e na televisão que a versátil atriz desenvolveu a sua carreira. Além de atriz e cantora, Andrews tornou-se também autora de literatura infantil. veryfairyprincess_capa Entre vários outros livros, escreveu, em parceria com a filha, Emma Walton Hamilton, uma série infantil chamada The Very Fairy Princess, sobre uma menina chamada Geraldine que vive o seu dia a dia como uma princesa fada. Foram já publicados oito volumes, com o nono, intitulado The Very Fairy Princess: A Spooky, Sparkly Halloween, a ser lançado no outono. A série é já considerada um clássico infantil e será agora adaptada a televisão. A produção ficará a cargo de um estúdio canadiano, a Nelvana Enterprises, e a estreia está prevista para 2016.

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RICHARD DREW / THE ASSOCIATED PRESS FILE PHOTO

«Eu e a Emma não podíamos estar mais entusiasmadas em fazer esta parceria com a Nelvana», contou Andrews. «Estes livros são uma celebração à individualidade. Esperamos encorajar crianças a sentirem-se felizes com as suas paixões e os seus talentos únicos, mesmo que essas paixões e esses talentos sejam diferentes dos da sua família ou dos amigos, e a Nelvana é a parceira perfeita para levar a nossa querida Princesa a uma audiência mais alargada.»

Para saber mais sobre esta série de livros poderá visitar a página oficial em www.theveryfairyprincess.com.

Notícia daqui.

O velho e o mar – do livro aos filmes

por Ana Ramalhete

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O livro     

O velho e o mar, último livro publicado em vida por Ernest Hemingway, é uma narrativa literária de complexa classificação. Para uns, um conto, para outros, uma novela, para Jorge de Sena, um «breve poema em prosa, uma epopeia de simples trama, singelamente narrada» (Cf. Prefácio De Jorge de Sena in O velho e o mar, Edição Livros do Brasil, Lisboa, 1956 ).

O livro narra a história de um velho pescador, Santiago, que está a atravessar uma fase de pouca sorte na pesca, pois não apanhou nenhum peixe durante oitenta e quatro dias seguidos. Santiago tem um grande amigo, Manolin, um rapaz a quem ensinou a pescar, que foi seu companheiro de barco até os pais o proibirem de voltar para o mar com o velho. Este regressa à faina, sozinho, e enceta uma luta de vida e de morte para capturar um peixe enorme. Passa quatro dias em alto mar até conseguir capturar «o seu irmão peixe». Quando se sente triunfante, é atacado por tubarões que comem o peixe deixando apenas a carcaça. Santiago regressa derrotado e exausto, deita-se e dorme (ou estará moribundo?).

Da novela, publicada em 1952, fizeram-se duas adaptações para cinema e uma para televisão. O primeiro filme, realizado em 1958, dirigido por John Sturges e com interpretação de Spencer Tracy, durava oitenta e seis minutos. O telefilme foi realizado em 1990 por Jud Taylor, com a duração de noventa e dois minutos e o filme curto de animação foi produzido em 1999 por Alexander Petrov e tem vinte minutos. O primeiro não se encontra à venda e na internet está disponível, apenas, um vídeo de quatro minutos. Os outros dois podem ser visualizados, na totalidade, na internet.

O telefilme e o filme de animação  

O velho e o mar – filme para televisão, e O velho e o mar – filme de animação, são dois textos fílmicos criados a partir de um texto verbal: uma obra literária. Trata-se de dois exemplos de transcodificação intersemiótica em que é notória a interpretação de cada um, traduzida na apropriação distinta dos códigos dos diferentes sistemas semióticos.

Existe, no entanto, uma grande distinção entre os dois. No primeiro há a transposição de um texto literário para um texto audiovisual, concretamente um filme para televisão. No segundo essa transposição é feita em dois momentos distintos: do texto literário para o texto pictórico e em seguida, do texto pictórico para o texto audiovisual.

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Alexander Petrov executou pinturas em placas de vidro, feitas com os dedos e com pincéis e transpô-las para vinte e nove mil fotogramas. A transformação da situação inicial deu-se, assim, em dois suportes diferentes, cada um com os seus códigos próprios. Os signos verbais do livro foram transformados em signos materiais das pinturas que por sua vez foram transformados num texto hibrido, com imagem, som e música: do texto literário para o texto pictórico e em seguida, do texto pictórico para o texto audiovisual.

As imagens do filme de animação possuem uma grande qualidade estética e uma forte sensibilidade inerente. Poderiam não existir diálogos que o sentido da história seria apreendido da mesma forma. A própria utilização das cores transmite a mensagem desejada. A sucessão dos dias e das noites é dada pela paleta de tons escolhidos para o nascer e o pôr-do-sol. Os azuis do mar e do céu, não só se referem ao espaço físico, ou às condições meteorológicas, como também nos deixam perceber o estado psicológico das personagens. As cores vivas do final transmitem uma sensação de esperança no futuro, protagonizada na juventude do rapaz que corre.

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O resultado desta junção de signos diferentes materializou-se numa obra de arte onde «o signo mágico seduz e encanta» (Umberto Eco in A definição da arte). A intertextualidade é sempre intrínseca ao texto audiovisual, neste caso, é-o duplamente, pois o resultado final é um texto criado a partir de outro texto que por sua vez já foi criado a partir de outro texto.

As imagens do filme para televisão têm um cunho mais realista, onde a intensidade dramática é fortalecida através das aproximações da câmara e dos grandes planos.

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Apesar de ter apenas vinte minutos, o filme curto funciona como uma síntese da obra de Ernest Hemingway. Há um reconhecimento imediato desta por parte do espectador. No telefilme esse reconhecimento não é tão imediato e é interrompido pelas cenas e personagens introduzidas e não existentes no livro. Estas cenas pretendem, provavelmente, criar uma atenção acrescida e oferecer uma pluralidade de enunciados narrativos, com o objectivo de prender o telespectador ao aparelho.

No telefilme, a música funciona como um acompanhamento da imagem e da palavra escrita. É viva e dinâmica quando as cenas o são, é dramática e sentimental quando a situação o requere. É, toda ela, executada por uma orquestra. No filme de Petrov, a música é produzida com instrumentos, vozes, sons de animais: gaivotas, elefantes, leões, pássaros e sons do mar, dos remos a rasgar a água. Toda esta sonoridade contribui para criar um ambiente lírico e poético.

Os dois filmes representam uma recriação da obra inicial, distinta desta, que reflecte um outro olhar, uma outra leitura, mas que perpetua a sua dimensão existencial, filosófica e humana.

O filme de animação encontra-se aqui. O telefilme (The old man and the sea, de Jud Taylor) aqui.

Título: O Velho e o Mar
Autor: Ernest Hemingway
Tradução e Prefácio: Jorge de Sena
Editora: Livros do Brasil

 

O bicho-papão será protagonista de série de televisão

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Raymond Briggs é autor do livro infantil Fungus The Bogeyman, sobre um bicho-papão chamado Fungo, que vive com o seu filho, Bolor, num mundo parecido com o nosso, mas muito mais sujo e malcheiroso, e cujo trabalho é assustar os «Lavadinhos» (também conhecidos por humanos). Da obra de Raymond Briggs os leitores portugueses conhecerão O Boneco de Neve, publicado em 2010 pela Editorial Caminho.

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Pois agora Andy Serkis, conhecido ator por detrás da personagem Gollum, dos filmes do Senhor dos Anéis, e também realizador, está a preparar a adaptação a série de televisão da história de Fungo, através da sua companhia de motion capture, The Imaginarium Studios. Será uma mini-série de quatro episódios, realizada por Catherine Morshead (Downton Abbey), estando prevista a estreia para o Natal deste ano.

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Fungus The Bogeyman foi publicado pela primeira vez em 1977 e tornou-se um clássico da literatura infantil. Já em 2004 teve uma adaptação a série de televisão, transmitida na BBC, em três episódios, e escrita por Mark Haddon, autor do livro O Estranho Caso do Cão Morto.

A notícia é daqui.

Tomás, a locomotiva azul

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Tomás e os Amigos é um dos desenhos animados que tem marcado a infância de muitas pessoas desde que estreou em Portugal pela primeira vez nos anos 1990. Tal como muitos clássicos infantis da televisão, também este teve origem numa série de livros, intitulada The Railway Series, da autoria de um pastor anglicano chamado Wilbert Awdry. A história é sobre um grupo de locomotivas antropomórficas que vive num sistema de caminhos de ferro situado na ilha imaginária de Sodor. Este ano assinalam-se setenta anos desde que o primeiro livro foi publicado.

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A série é composta por 42 volumes. Os últimos dezasseis livros foram escritos pelo filho de Wilbert, Christopher Awdry. A histórias surgiram, como acontece muitas vezes, quando Christopher era pequeno e ficou doente com sarampo, e Wilbert, para o entreter, começou a contar-lhe várias aventuras vividas por locomotivas no seu dia-a-dia nos caminhos de ferro. Encorajado pela esposa, Wilbert então decidiu submeter algumas das suas histórias a uma editora e em 1945 é lançado The Three Railway Engines, com ilustrações de William Middleton.

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Mas a personagem de Thomas surgiu mais tarde quando Wilbert construiu uma locomotiva de brinquedo para o filho, que passou a pedir-lhe histórias com esse brinquedo como personagem central, a que foi dado o nome, precisamente, Thomas. Daí surge o livro publicado em 1946 com o título Thomas the Tank Engine. Os livros tornaram-se tão populares que nos anos 1980 realizou-se uma série de desenhos animados estreada no canal inglês ITV, tornando-se também ela tão popular que ainda hoje passa na televisão, em vários países, incluindo em Portugal (canal Panda), contando com quase quinhentos episódios. Existem também brinquedos do Tomás e os amigos e merchandising diverso.

Em Portugal, os livros do Thomas & amigos são publicados pela Editora Objectiva.

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Para saber mais sobre o autor e os livros dê um saltinho aqui.

«Uma série de desgraças», de Lemony Snicket, adaptada a TV?

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As aventuras e, sobretudo, desventuras dos irmãos Baudelaire vão ser adaptadas a série de televisão pela Netflix, uma empresa norte-americana que oferece serviço de TV por Internet. O realizador ainda não foi escolhido, mas a procura já começou.

Em declarações ao sítio Deadline, Lemony Snicket mostrou-se bastante atordoado com a notícia: «”Não acredito”, contou Snicket, a partir de um local não identificado. “Depois de anos a fornecer entretenimento de alta qualidade, a Netflix arrisca assim a sua reputação e o seu sucesso, associando-se aos meus desanimadores e desagradáveis livros.” A Netflix, por seu lado, declarou: “A participação de Mr. Snicket será limitada, devido aos seus problemas emocionais, mas o projeto contará com o envolvimento do seu representante legal, literário e social, Daniel Handler, que é frequentemente confundido com o escritor.»

Lemony Snicket é na verdade o pseudónimo do autor Daniel Handler.

A coleção Uma Série de Desgraças é editada em Portugal pela editora Terramar.

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Notícia daqui.