Tag Archives: Dia Internacional do Livro Infantil

Na biblioteca de Laura e Maria

por Ana Ramalhete

Porque em Abril se comemora o Dia Internacional do Livro Infantil, e porque gostamos de saber o que pensam as crianças e o que têm nas suas bibliotecas, entrevistámos duas meninas: a Laura, de dez anos, e a Maria, de nove. Conversámos sobre livros, histórias e imagens. Obrigada, Laura e Maria!

Fábulas – Têm algum livro preferido? Porquê?
Laura – Tenho, O livro que explica tudo sobre os pais. Porque fiquei a saber coisas que ainda não sabia.
Maria – Tenho, o Diário de um Banana. Porque acho uma história muito engraçada.

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Fábulas – Qual foi o último livro que leram?
Laura – O meu preferido.
Maria – Também foi o meu preferido.

Fábulas – Num livro, o que preferem? O texto ou as ilustrações?
Laura – As ilustrações, porque nos permitem ler o livro por imagens, ou seja mostra-nos uma composição de arte.
Maria – O conjunto dos dois, texto e ilustração.

Fábulas – Há algum livro em que gostam do texto, mas não gostam das ilustrações?
Laura – Há, Uma flor chamada Maria, de Alves Redol.
Maria –  Há, O Principezinho.

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Fábulas – E há algum livro em que gostam das ilustrações, mas não gostam do texto?
Laura – Sim, Novas histórias de princesas e fadas.
Maria – Sim, Princesas esquecidas ou desconhecidas.

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Fábulas – Apreciam imagens a preto e branco?
Laura – Não, porque não nos permite ver as coisas como elas são realmente.
Maria – Sim, porque mostra uma imagem como era antigamente.

Fábulas – Antes de adormecer, gostam mais de ouvir ou de ler uma história?
Laura – Gosto mais de ser eu a ler.
Maria – Também gosto mais de ser eu a ler.

Fábulas – As histórias para adormecer têm de ser especiais?
Laura – Têm, pois tenho medo de certas histórias.
Maria – Não.

Fábulas – Ultimamente, qual foi o livro que leram mais vezes?
Laura – Quem mexeu no meu queijo.
MariaO meu diário top secret – Em digressão pela América.

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Fábulas – Qual é o livro que não têm, mas gostavam de ter?
LauraRomeu e Julieta e Os Maias.
MariaVerão e Romeu e Julieta.

Fábulas – Chegámos ao fim da entrevista. Obrigada pelas respostas!
Laura – Nunca tinha sido entrevistada.
Maria – Eu também não.

Paixão pelo livro

Ilustração de Jimmy Liao in «El sonido de los colores»
Ilustração de Jimmy Liao in «El sonido de los colores»
por Ana Ramalhete

Podemos escolher um livro por questões emocionais: sensibilidade, atracção, identificação, conhecimento, afeição; por questões gráficas: ilustração, textura, composição, padrão, forma, coerência; por questões literárias: texto, língua, conteúdo, estilo, originalidade; por questões práticas: preço, disponibilidade, oportunidade, acessibilidade; ou por questões inadiáveis, como a urgência do amor ou o apelo irresistível da paixão.

Ilustração de Jimmy Liao in «La noche estrellada»
Ilustração de Jimmy Liao in «La noche estrellada»

Quando as capas chamam por nós
Quando as guardas nos contam histórias
Quando o título nos acerta no coração
Quando sustemos a respiração ao olhá-lo
Quando queremos deslizar a mão pela capa
Quando não sabemos o porquê de tanta exaltação
Isso é paixão
Paixão pelo livro!

Ilustração de Jimmy Liao in «El sonido de los colores»
Ilustração de Jimmy Liao in «El sonido de los colores»

Andersen, o patrono do Dia Internacional do Livro Infantil

HANS CHRISTIAN ANDERSEN

por Sofia Pereira

No dia 2 de abril, comemora-se em todo o mundo o nascimento de Hans Christian Andersen. A partir de 1967, este dia passou a ser designado por Dia Internacional do Livro Infantil, chamando-se a atenção para a importância do livro e da leitura no desenvolvimento das crianças.

Hans Christian Andersen nasceu a 2 de abril de 1805, na Dinamarca, e deixou-nos um legado enorme de narrativas encantadoras. Mas há todo um conjunto de curiosidades da vida deste contador de histórias que muitos leitores desconhecem e que partilhamos hoje aqui:

– Andersen nasceu na cama dos seus pais, feita a partir do caixão de um Conde.

– A cidade natal de Andersen, Odesen, fica numa linda ilha verde. Talvez tenha sido esse ambiente o grande impulsionador para desde sempre gostar de contemplar a natureza.

– Criança sonhadora, desde muito novo, acreditou que seria famoso.

– O pai de Andersen era sapateiro e lia-lhe muitas histórias, como peças de teatro e contos. A morte prematura do pai obrigou-o a crescer muito rápido.

– Quando acompanhava a avó ao asilo, escutava contos de fadas.

– Enquanto era jovem, acreditava que o palco era a sua vocação, nas áreas do teatro ou da dança.

– O seu livro preferido era As 1001 Noites.

– Andersen era pobre, mas adorava viajar em diferentes meios de transporte (carruagem, mula ou cavalo, comboio); por essa mesma razão, conheceu muitas pessoas famosas e escreveu muitos diários de viagem com desenhos.

– Na viagem mais longínqua que fez (Turquia), o escritor levou uma corda para fugir em caso de incêndio.

– Entrou na Universidade aos vinte e três anos, através do auxílio de amigos, que lhe pagaram os estudos.

– Andersen publicou os seus primeiros contos de fadas em 1835.

– A partir de 1837, todos os anos, publicou livros de contos pelo Natal.

– Andersen adorava música, sobretudo ópera.

– O fogo e a mesquinhez eram das coisas que mais o desagradavam.

– No dia em que completou setenta anos de vida, a sua cidade natal foi iluminada em sua homenagem.

– Andersen escreveu 156 contos e muitos outros livros (romances, peças de teatro, autobiografias, entre outros), que estão traduzidos em mais de cem idiomas.

– Hans Christian Andersen foi um dos escritores que visitaram o nosso país.

O escritor viveu setenta anos, mas a sua obra faz perpetuar entre nós a sua vitalidade.

Mais informações sobre o autor aqui.

Aproveitamos também para deixar algumas sugestões de leitura de livros do autor:

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O Rei Vai Nu, Ilustração Anastassija Archipowa, Everest Editora

«Livro recomendado para o 3.º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma. Era uma vez um rei que gastava todo o seu dinheiro em roupa. Um dia apresentaram-se diante dele dois impostores que se faziam passar por alfaiates. Diziam que não só conseguiam fazer trajes muito bonitos, com cores e padrões maravilhosos, como também eram capazes de dotá-los de uma qualidade extraordinária: ficavam invisíveis diante de qualquer pessoa que não fosse qualificada para o cargo que ocupava…»

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Três Contos de Andersen, O Rouxinol – A Princesa e a Ervilha – Os Sapatos Vermelhos, Texto Editores

«Livro recomendado para o 4.º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada – Grau de Dificuldade I. Três contos famosos de Hans Christian Andersen – O Rouxinol, A Princesa e a Ervilha e Sapatos Vermelhos –, que são de leitura obrigatória. Por isso, estes contos fazem parte das Metas Curriculares de Português para o Ensino Básico e são recomendados pelo Plano Nacional de Leitura.»

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O Soldadinho de Chumbo, Ilustrações Teresa Lima, prefácio José Jorge Letria, Dom Quixote

«Livro recomendado para o 4.º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada – Grau de Dificuldade I.»

Hoje é dia da festa do livro infantil!

Os livros são para encontrar, para abrir, para folhear, para desvendar, para explorar, e para fechar e para rever e reencontrar. Os livros são janelas que se abrem devagarinho, apreciando a lufada que trazem quando se lhes descobre a paisagem, página a página. Hoje celebra-se o Dia Internacional do Livro Infantil – são aqueles livros em que tudo começa: a imaginação, o conhecimento, o futuro.

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Dia Internacional do Livro Infantil

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Hoje, a 2 de abril, no dia do aniversário de Hans Christian Andersen, assinala-se o Dia Internacional do Livro Infantil. O Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY) convida, todos os anos, um autor de um dos países membros a escrever uma carta dirigida às crianças com uma mensagem que celebre a prazer da leitura. Este ano a autora convidada foi a escritora irlandesa Siobhán Parkinson, autora de Bruised, um livro sobre um rapaz, Jono, que tenta a todo o custo proteger a irmã mais nova da negligência da mãe. Na carta a autora lembra que «a imaginação do escritor trabalha e gira e molda ideias e sons e vozes e personagens e acontecimentos numa história, e a história é apenas feita de palavras, batalhões de rabiscos que marcham ao longo das páginas. E depois chega o leitor e os rabiscos ganham vida». A carta completa (em inglês) pode ser lida aqui. E em português aqui.
Para saber mais sobre esta escritora laureada, visite a sua página oficial.

A ilustração do cartaz da DGLB a assinalar a data é da Ana Biscaia, vencedora do Prémio Nacional de Ilustração, em 2013.

A notícia é daqui.