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Campanha pela diversidade nos livros para crianças

Uma campanha de sensibilização para uma maior diversidade de personagens de etnias, raças, e condições nos livros infantis e juvenis tornou-se viral nos EUA e um pouco por todo o mundo. Intitulada «We Need Diverse Books» e apoiada por 22 autores, editores e bloguers, a campanha decorrerá por três dias a partir de hoje. Esta ação de sensibilização tornou-se ainda mais significativa quando foi revelado o painel da BookCon, um evento dedicado ao livro e que se realiza em Nova Iorque a 31 de maio, e onde constam apenas autores homens e brancos – Jeff Kinney, James Patterson, Rick Riordan e Lemony Snicket. As críticas não tardaram a aparecer nas redes sociais relativamente ao painel escolhido.
Gayle Forman, autora de «Se Eu Ficar», publicou um tweet apoiando a campanha com a hashtag #weneeddiversebooks, e em que diz que «é preciso diversidade nos livros para que as minhas filhas se possam ver – e uma à outra – nos livros». A campanha tem uma página de facebook aqui.

A notícia é daqui.
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Estudo sobre a diversidade na literatura YA

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Entende-se «diversidade» por presença de personagens, neste caso as principais, de diferentes raças, etnias, orientações sexuais ou com algum tipo de deficiência física ou mental. O estudo analisa os livros para Jovens Adultos da lista de best-sellers de 2013 do jornal New York Times . Esta análise foi feita pela DiversityinYA.com, fundada pelas autoras Cindy Pon e Malinda Lo, com o objetivo de promover a diversidade na literatura para crianças e jovens. Não é rigorosamente científico, mas retira algumas conclusões interessantes. O estudo completo pode ser consultado aqui.

 

Cinco com poderes do Olimpo

Há uma saga de livros chamada Olimpvs.net e cujas autoras acabam de lançar o quinto volume intitulado O Regresso à Atlântida. Ana Soares e Bárbara Wong escrevem esta série em conjunto, uma parceria que se iniciou com No Labirinto do Minotauro. Nestes livros, cinco jovens veem a sua vida alterada para sempre quando recebem os símbolos e os poderes dos deuses do Olimpo. Zé, Alice, António, Mel e Pedro terão de aprender a usar os seus novos poderes para ajudar a salvar o mundo das forças do mal. Aproveitando as novas tecnologias, Zé, o líder do grupo, cria uma plataforma virtual para que o grupo possa comunicar entre si e com o mundo: rede.olimpVs.net.

Ana Soares é professora de português e autora de manuais escolares e Bárbara Wong é editora e jornalista no jornal Público.

Para saber mais sobre as autoras e os livros, podem visitar a página oficial da série aqui.

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A importância da diversidade na literatura juvenil

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(c) Christopher Myers

A escassez de personagens, particularmente de heróis, de outras raças e etnias na literatura juvenil é uma preocupação que tem gerado debate no meio. É certo que cada escritor escreve com base no seu próprio universo e se há mais escritores brancos com obras publicadas, é natural que os seus heróis sejam também brancos. Contudo, vivemos numa sociedade multicultural e multiracial. Será que essa sociedade está suficientemente representada na literatura juvenil ocidental? Será que uma criança negra, indiana ou asiática sentir-se-á identificada em pleno com os heróis literários da atualidade? Pode-se alegar que a cor da pele perde relevância quando as personagens retratadas passam por problemas que são transversais a todas as raças e culturas, mas será de facto assim? Fica a questão.

Walter Dean Myers, um escritor afro-americano de literatura YA, escreveu recentemente um artigo para o jornal New York Times, em que pergunta «Onde estão as pessoas de cor nos livros para crianças?». O autor reflete sobre isto e faz perguntas fundamentais:

«Books transmit values. They explore our common humanity. What is the message when some children are not represented in those books? Where are the future white personnel managers going to get their ideas of people of color? Where are the future white loan officers and future white politicians going to get their knowledge of people of color? Where are black children going to get a sense of who they are and what they can be?»

O artigo completo encontra-se aqui.

Num outro jornal, Tanya Byrne, autora inglesa de livros para crianças, reflete também sobre o artigo de Walter Dean Myers, e sugere dez obras com dez personagens negras. Infelizmente, apenas uma destas obras se encontrará atualmente traduzida em português – O Feiticeiro e a Sombra, de Ursula K. Le Guin, Editorial Presença – contudo é uma lista interessante para quem quiser aventurar-se a ler em inglês. Aqui.